O CALDEIRÃO - Geraldo Amâncio (trechos)
01
A esperança move o sonho,
Que depois de se mover,
Faz nascer a atitude,
Esta depois de nascer,
Liga o motor de partida,
Maneja as rodas da vida,
Faz o bem acontecer.
O2
Quem crê escuta a esperança
Na voz da premonição.
Para os despidos de fé,
De crença e religião,
A crença é um mal sem cura,
A fé sinal de loucura,
E o sonho alienação.
O3
Conta este livro a chacina
De pessoas convertidas.
Dizimadas pelas balas,
De muitas mãos homicidas.
Perderam primeiro as roças,
Casas, plantações, palhoças,
Perderam depois as vidas.
04
Quarenta anos depois
Da chacina canudense,
Cujos crimes ainda causam
Mágoa, revolta e suspense,
Houve uma cópia fiel
Dessa tragédia cruel
No Cariri cearense.
O5
A história de Canudos
Por Euclides foi contada.
Do Caldeirão a chacina
Não se contou quase nada.
Por um estranho interesse,
Para que o mundo esquecesse
Ela foi silenciada.
06
Os livros sobre esses fatos,
Alguns são comprometidos,
Onde os vencedores são
Lembrados e enaltecidos.
Excluindo no geral
De forma proposital,
A história dos vencidos.
07
Faltou Euclides da Cunha
Para escrever tudo certo.
Rosemberg Cariri
Foi o que chegou mais perto.
Quando fez a descrição
No seu filme “ o Caldeirão
Da Santa Cruz do Deserto”
08
O Caldeirão era um sítio
De solo fértil e extenso.
No município do Crato,
Sítio de um progresso imenso.
Onde um povo de confiança
Viveu sob a liderança
Do beato Zé Lourenço.
09
Zé Lourenço era uma fonte
De amor e fraternidade.
Só fez o bem, mas foi vítima
De tudo o quanto é maldade:
Calúnia, infâmia, cobiça,
Perseguição, injustiça,
Falcatrua e falsidade.
10
Foi em mil e oitocentos
E oitenta e dois, o ano
No lugar Pilões de Dentro
No Brejo paraibano,
Que nasceu o Zé Lourenço,
Um ser de paz e bom senso,
Humilde, amigo e humano.
(...)
Estou empenhado atualmente na ilustração destas duas obras: A LAGARTIXA DE OURO (de minha autoria) e O CALDEIRÃO, cordel do poeta Geraldo Amâncio. Lançamento em breve...
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