terça-feira, 24 de maio de 2016

ORIGENS DAS FESTAS JUNINAS


Festas Juninas - desenhos de Jô Oliveira



Mês de junho vem aí e uma das coisas boas do período é a revitalização do verdadeiro FORRÓ. Período em que a música nordestina autêntica é mais valorizada, embora artistas veteranos como Genival Lacerda, Elba Ramalho e outros reclamem da invasão do FORRUIM (ou Forró de Plástico, como queiram) e até mesmo dos Breganejos e "astros" da Axé Music. Mesmo assim, há sempre alguém querendo relembrar as canções de Gonzagão, Marinês, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro e de compositores da safra atual como Alcymar Monteiro, Flávio José, Santana, Beto Brito, Flávio Leandro, dentre outros. Vamos reproduzir, a seguir, uma matéria publicada tempos atrás no hotsite São João de Pernambuco sobre a origem das FESTAS JUNINAS:





Segundo o hotsite São João de Pernambuco, as festas juninas são muito antigas, anteriores inclusive ao cristianismo e - consequentemente - à Igreja Católica. Suas origens estão no Egito Antigo, onde nesta época era celebrado o início da colheita, cultuando os deuses do sol e da fertilidade.
Com o domínio do Império Romano sobre os egípcios, essa tradição foi espalhada pelo continente europeu, principalmente na Espanha e em Portugal. Quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do Ocidente, a festa mudou para homenagear o nascimento de São João Batista, que foi quem batizou Jesus.
Por ser colônia portuguesa, o Brasil herdou o costume, principalmente no Nordeste, em que os festejos coincidem com a colheita de milho. A data passou a parte do calendário católico, seguindo o exemplo de outras comemorações de dias santos, como o nascimento de Cristo (Natal) e sua morte (Páscoa).
As chamadas festas juninas reúnem as homenagens aos principais santos reverenciados no mês de junho: Santo Antônio, São João e São Pedro. A época é marcada por brincadeiras, comidas típicas, dança e muita superstição, presentes nas simpatias juninas. É a hora de se vestir de caipira e aproveitar esta festa que é um misto de profana e religiosa.

Conheça mais sobre os anfitriões das festas:




Santo Antônio (13 de junho)
Além de casamenteiro, Santo Antônio é invocado para achar coisas perdidas. É uma prática comum, no dia em sua homenagem, os jovens fazerem simpatias e "adivinhações" para conquistar alguém ou descobrir quando irá se casar.
O padroeiro dos namorados era português, de uma família tradicional de Lisboa e foi ordenado sacerdote aos 23 anos. Seu nome verdadeiro era Fernando de Bulhões e se tornou Antônio quando ingressou na Ordem de São Francisco de Assis. Começou a fazer os primeiros milagres na África, onde foi pregar o evangelho. Morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231.
Essa é a razão da escolha do dia em sua homenagem. O local de sua morte tornou-se seu sobrenome, ficando então conhecido como Santo Antônio de Pádua.

São João (24 de junho)
Vários costumes juninos representam atos em homenagem a São João. A fogueira, por exemplo, lembra o anúncio do nascimento de João Batista, filho de Isabel e primo de Jesus, à Virgem Maria. Como era noite e Isabel morava em uma colina, esta foi a forma encontrada para o aviso.

Por este motivo, nas noites de junho são montadas fogueiras como forma de celebração. Para a Igreja Católica, o acontecimento significa algo mais, o de preparar a vinda de Jesus. No sertão, o batismo de João também é lembrado com banhos à meia-noite no rio mais próximo.

São Pedro (29 de junho)
Este pescador tornou-se apóstolo e acompanhou todos os atos da vida de Jesus. O trabalho exercido antes de seguir o messias fez com que fosse considerado o santo dos pescadores. Ele é "O porteiro do céu".

Santos Juninos - desenho de William Jeovah (PB)


A tradição popular interpreta uma passagem bíblica, em que Jesus Cristo diz: "Eu te darei a chave do reino dos céus. A quem abrires será aberta. A quem fechares será fechada".
Assim como Santo Antônio, o dia em sua homenagem é o mesmo de sua morte, que aconteceu em Roma, em 64 d.C. Acredita-se que tenha sido viúvo, um dos motivos para a devoção das viúvas ao santo. Também é costume acender fogueiras e realizar procissões em sua homenagem no dia 29 de junho.




Ritmos e danças típicas das festas juninas
Quadrilha

De origem francesa, a quadrilha era uma dança típica que celebrava os casamentos da aristocracia européia. Dançada em pares, já era praticada no Brasil desde 1820 e foi se popularizando desde então. Os tecidos finos da nobreza francesa deram lugar à chita, tecido mais barato e acessível, e o casamento nobre foi adaptado a uma encenação.
O enredo da união caipira é geralmente o mesmo: a noiva, que geralmente está grávida, é obrigada a casar pelos pais e o noivo recusa, sendo preciso a intervenção da polícia para que o caso se resolva. A quadrilha, como era no começo do século XIX, é realizada como comemoração do casório.
A mudança dos passos é anunciada por um locutor ao som do forró. Existem, hoje, as chamadas quadrilhas estilizadas com passos marcados e coreografias ensaiadas (que mais parecem aulas de ginástica aeróbica) e criadas exclusivamente para uma determinada música.

Forró
Existem duas atribuições para a origem do nome forró. Uma delas é que corresponda etimologicamente ao termo forrobodó, que - na linguagem do caipira brasileiro - quer dizer festança ou baile popular onde há grande animação, fartura de comida e bebida e muita descontração. A outra é ao termo inglês for all (para todos), usado para designar festas feitas nas bases americanas no Nordeste, na época da Segunda Guerra Mundial, e que eram abertas ao público, ou seja, “for all” e a pronúncia local transformou a expressão em forró. (Acreditamos que origem seja mesmo a palavra forrobodó e não esse neologismo derivado do inglês)
A música é tocada à base da sanfona, da zabumba e do triângulo, conhecida como arrasta-pé ou pé-de-serra, sendo esta última considerada a versão mais autêntica. O ritmo sofreu algumas variações e atualmente alguns músicos incorporaram o baixo, a guitarra e a bateria às suas melodias.

Baião
Acredita-se que a palavra baião tenha surgido de bailão, fazendo alusão a "baile grande". Esta dança popular do século XIX permite a improvisação, sendo mais rápido do que o xote que a torna mais viva.
A habilidade nos pés é maior, exigindo movimentos mais velozes do corpo. Os passos são acompanhados por palmas, estalos de dedos e "umbigadas". A marcação da dança segue a musicalidade dos cocos e da sanfona.


Fonte: © Hotsite São João Pernambuco.com

segunda-feira, 16 de maio de 2016

PONTOS DE VENDA



Atenção para os pontos de venda do livro SERTÃO EM DESENCANTO - GÊNESIS SERTANEJA - I VOLUME DE MEMÓRIAS

Em Fortaleza: LIVRARIA ACADÊMICA | Rua Costa Barros, próximo ao hospital São Camilo de Lélis;

Em Canindé: CASA MARREIRO (Mercado Público) | BANCA CULTURAL O MARQUINHOS.

Você também pode adquirir através dos CORREIOS mediante depósito em conta corrente BB.

Entre em contato: acordacordel@hotmail.com


quarta-feira, 11 de maio de 2016

MEMÓRIAS DO SERTÃO


O universo sertanejo serve de cenário para a obra 
“Sertão em desencanto”, de Arievaldo Vianna.

Encantado pelas histórias ouvidas no alpendre da casa dos avós, quando ainda morava na pacata Quixeramobim, de onde sairia aos 12 anos, o escritor Arievaldo Vianna resolveu mergulhar nesse universo que mistura saudade e curiosidade, a fim de contar, a partir da construção da árvore genealógica da família, mais um capítulo da história do Ceará.


(...) 

Link para a matéria escrita pela jornalista Iracema Sales, publicada no DIÁRIO DO NORDESTE, no último sábado (07/05).
ACESSE: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/memorias-do-sertao-1.1545101

quarta-feira, 4 de maio de 2016

CONVITE


CLIQUE PARA AMPLIAR

Novo livro de Arievaldo Vianna resgata a história dos clãs Sousa-Mello, Martins Vianna, Barbosa-Severo, Fonseca-Lobo, Chagas, Paulino, Araújo, Maciel, Aderaldo, Lima, dentre outros. São 300 anos de história que se desenrolaram nos municípios de Sobral, Santa Quitéria, Quixeramobim, Canindé, Itatira, Madalena e Boa Viagem.



SERTÃO EM DESECANTO – I VOLUME DE MEMÓRIAS, o 31º livro do escritor Arievaldo Vianna, será lançado no próximo dia 07 de maio em Canindé-CE. Essa data marca o 75º aniversário de seu pai, Francisco Evaldo de Sousa Lima, que também completa este ano suas bodas de ouro com dona Hathane Viana Lima.
Este livro, a rigor, não é um livro de GENEALOGIA, porém um livro de história.  Não é a visão de quem esteve no centro da história, ou fazendo história, mas de quem participou discretamente ou a ouviu contar, num ambiente totalmente fora do eixo onde os acontecimentos se desenrolavam.
As vilas de QUIXERAMOBIM, CANINDÉ E SOBRAL, como qualquer outra, tinham os seus figurões, os seus mandantes, os seus caciques. No final do Século XVIII e primeira metade do Século XIX nossos antepassados eram mais atuantes e estiveram à frente de alguns acontecimentos importantes. Depois do fracasso da Confederação do Equador, os SOUZA-MELO, MARTINS-VIANA, SEVERO-BARBOSA preferiram o anonimato. Focaram suas ações na lida do campo, na agricultura e na pecuária, participando discretamente dos acontecimentos ao longo de quase 200 anos de história.
À exceção do PADRE MORORÓ, pelo lado SOUSA MELO e do ex-ministro ARMANDO FALCÃO pelo ramo BARBOSA-SEVERO, ao qual era filiado meu avô MANOEL BARBOSA LIMA, não tenho notícias de grandes voos de parente algum no campo da política.Tem sido sempre uma colaboração discreta, persistente e um olhar atento à história, desde os avós dos meus avós.
No campo da CULTURA, entretanto, a coisa muda de figura. Os LIVROS sempre estiveram presentes nesses lares sertanejos e o homem de letras sempre foi visto com entusiasmo pelos meus antepassados. Um José de Alencar, um Machado de Assis, um Humberto de Campos sempre gozaram de mais prestígio que qualquer figurão da política.  Aprendi com os antigos, sobretudo com a minha avó ALZIRA o respeito e o carinho pelos homens de letras e a devoção pelo universo da Literatura.
Daí que a proposta desse livro, SERTÃO EM DESENCANTO, é contar a saga dessas famílias ao longo dos últimos 300 anos, mesclando-a com acontecimentos históricos dos sertões de Sobral, Quixeramobim e Canindé, permeando-a com citações recorrentes à João Brígido, Barão de Studart, Manuel de Oliveira Paiva, Gustavo Barroso, D. Antônio de Almeida Lustosa, Martins Capistrano, Antônio Bezerra, Rodolfo Teófilo, Rachel de Queiróz e outros expoentes do mundo das letras que se ocuparam dessa região em seus escritos.

TRECHO DO PREFÁCIO, POR SÍLVIO R. SANTOS

(...) MANUSCRITOS, NATURALMENTE – Bem poucas famílias tiveram oportunidade de desvendar suas origens através da herança de manuscritos, quando a alfabetização foi sempre uma exceção. Que dirá em prosa e verso. Desse sortilégio soube-se haver o autor, para saber de sua capacidade de realização seria preciso conhecê-lo desde menino, o que vem a ser o caso. Bem poderia o mesmo se contentar com um livro genealógico, pinçar fotos, mas empreendeu obra de maior abrangência, quando vista em conjunto, mesmo de grande fôlego. Nessa empreitada contou com a ajuda de parentes, alguns bem distantes, indispensáveis para a descoberta de fotos raras e manuscritos ainda mais. Qual seja divulgar fatos imprescindíveis da história nordestina e, ao mesclá-los com o de sua narrativa familiar, desmistifica-los, trazendo-os ao chão, para o interesse do leitor comum, o leitor por excelência.  O que talvez na era digital não esteja na pauta dos assuntos à tona, mas devido à maestria da exposição, certamente deveria alterar esse estado de coisas. Quantos alunos nos dias de hoje saberão sobre a Confederação do Equador? Padre Mororó? Dona Guidinha do Poço? Alguns até mais recorrentes como o Conselheiro de Canudos, tendo como pano de fundo o sertão central: de Quixeramobim, de Madalena, de Canindé?  É de crer que não muitos. A esta altura, deve-se pleitear, portanto, a inserção de outro significado ao desencanto de que ora se trata, alterando-se seu sinal para positivo. Embora o autor deste livro assegure de forma lírica que seu pesar é pelo seu sertão que não mais existe, enquanto estas linhas foram sendo alinhavadas, surgiu a possibilidade da acepção informal que traduz o ato de aparecer ou encontrar o que estava sumido. Já que o mesmo veio trazer à cena personagens que estavam, por assim dizer, “encantados”, desaparecidos do mundo e da história. Nada mais justo, embora à revelia do mesmo, necessário é que se frise. (...)

SERVIÇO
SERTÃO EM DESENCANTO, 288 páginas, editora Queima-Bucha.
PREÇO: R$ 30,00
(ENVIAMOS PELO CORREIO PARA QUALQUER PARTE DO BRASIL)

O lançamento será no CENTRO DE TREINAMENTO DOS FRANCISCANOS, NO CONVENTO DE CANINDÉ, a partir das 19h.  e contará com a presença dos artistas canindeenses: o Quarteto BOSSA CHORO,  JOTA BATISTA e HILDEBRANDO DO ACORDEÓN. Confirmada também a presença dos poetas GERALDO AMÂNCIO e ARI TEIXEIRA. Sintam-se convidados, desde já!

terça-feira, 3 de maio de 2016

Shakespeare em CORDEL

JÔ OLIVEIRA ESTARÁ NO 18º SALÃO FNLIJ DO LIVRO PARA CRIANÇAS DE JOVENS


O ilustrador Jô Oliveira, com que já fizemos vários livros em parceria, participará da 18ª edição do SALÃO FNLIJ DO LIVRO PARA CRIANÇAS E JOVENS, no Rio de Janeiro. Jô participará dos Encontros Paralelos FNLIJ / PETROBRAS, atividade do 18º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens, que será realizado de 8 a 19 de junho de 2016, no Centro de Convenções Sul América, Av. Paulo de Frontin, nº 1, Cidade Nova, Rio de Janeiro.



Sua apresentação será no dia 17 de junho, na mesa Shakespeare, às 14 horas. O tempo destinado à sua participação será de 15 minutos. Nessa ocasião, Jô Oliveira falará das adaptações que fizemos da obra de Shakespeare para o Cordel: A ambição de Macbeth (PNBE 2009), SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO (Ed. Amarylis) e OTHELO E DESDÊMONA (Editora Pallas), bem como de outras adaptações feitas por Marco Haurélio (Rei Lear, A megera domada) e José Santos (Muito barulho por nada). A informação sobre a participação de Jô Oliveira no Salão FNLIN é de Elizabeth Serra - Secretária Geral - FNLIJ

OUTRAS ADAPTAÇÕES: A obra mais frequentemente adaptada para o cordel da qual conhecemos, pelo menos, umas três versões é Romeu e Julieta. A primeira delas foi feita na primeira metade do Século XX, por João Martins de Athayde. Atualmente venho trabalhando na adaptação de algumas obras de Shakespeare ambientadas no Nordeste (livre adaptação) mantendo a essência da narrativa do grande dramaturgo inglês. Essa nova série está sendo coordenada por Arlene Holanda e deverá sair pela Editora IMEPH.
Meu compadre Stélio Torquato Lima também lançou as peças de Shakespeare em cordel pela editora Armazém da Cultura, com ilustrações de Fernando Vilela.
Outro clássico da Literatura Universal que também vem recebendo várias adaptações de Arievaldo Vianna, Stélio Torquato e do falecido Manoel Monteiro é Miguel de Cervantes, autor de D. Quixote e de Novelas Exemplares.



SHAKESPEARE E O CORDEL

O dramaturgo cearense José Mapurunga, ao analisar a minha adaptação de Macbeth, disse o seguinte: “Muitos enredos das maravilhosas peças teatrais de Shakespeare foram colhidos em cordéis vendidos nas feiras européias no século XVI. Eram enredos simples, escritos a maioria das vezes em prosa, que ganharam sangue, carne e nervos nas reflexões sobre a natureza humana tecidas por um dos mais geniais autores de todos os tempos. Daí, causa-me um certo espanto serem poucos os textos de Shakespeare que retornaram ao cordel feito no Brasil, acrescentados dos elementos que induzem às pessoas a refletirem sobre os maus passos que possam dar sob a influência de pensamentos destruidores.”
Em Sonho de uma noite de verão o grande dramaturgo inglês mistura elementos da mitologia grega e da fábula, dando um ‘toque de Midas’ com a sua genialidade, o que faz de seu texto uma obra sempre visitada e própria para releituras. A presença de personagens com poderes mágicos como a Rainha das Fadas, Oberon, o Rei dos Elfos e o atrapalhado Puck dão um toque de encantamento à história que ainda hoje fascina pessoas de todas as idades. Os desencontros iniciais entre os dois casais culmina em um final feliz, coisa que não é comum na obra desse autor. Eu gosto de histórias com final feliz. Quando o ilustrador Jô Oliveira propôs a adaptação de algumas obras de Shakespeare para um formato infanto-juvenil, achei que essa fosse uma das peças mais adequadas para esse público.
De antemão asseguro que essa adaptação prima pela fidelidade ao original do bardo britânico, com o mérito de renovar a linguagem para um estilo brasileiro por excelência, a Literatura de Cordel, através de 40 sextilhas (estrofes de seis versos de sete sílabas) a modalidade mais recorrente nesse gênero poético. No cordel, a rima e a métrica emprestam um ritmo a narrativa tornando-a muito agradável quando lida em voz alta. Que venham novas adaptações, pois Shakespeare bem que o merece. E o público leitor, principalmente das escolas, tem muito a ganhar com isso.

Arievaldo Viana

O mestre Ariano Suassuna, usando elementos do Romance de Minervina e da versão de Romeu e Julieta atribuída a João Martins de Athayde fez uma adaptação da obra para o teatro, utilizando atores e bonecos. Neste link, o texto integral da peça de Ariano Suassuna: 

http://guardadocomcuidado.blogspot.com.br/2011/03/historia-de-amor-de-romeu-e-julieta.html

ROMANCE DE MINERVINA

Ó de casa! Ó de fora!
Minervina, o que me guardou?
Eu não te guardei foi nada,
nosso amor já se acabou

Minervina, tu te lembras
daquela tarde de sol
Em que tu caíste em meus braços
Molhadinha de suor

Minervina, tu te lembras
daquela tarde de chuva
Em que tu caíste em meus braços
Desmaiada, cor da uva.

Na algibeira do capote
Trago um punhal escondido
Para matar a Minervina
Que não quis casar comigo.

Na primeira punhalada
Minervina estremeceu
Na segunda, ela bateu asas
Na terceira, ela morreu.

Adeus, adeus minha gente
Eu aqui não posso ficar
Vou correr o mundo afora
Vou morrer, vou me acabar.






domingo, 1 de maio de 2016

Sábado, 07/05


SERTÃO EM DESENCANTO – I VOLUME DE MEMÓRIAS

Novo livro de Arievaldo Vianna resgata a história dos clãs Sousa-Mello, Martins Vianna, Barbosa-Severo, Fonseca-Lobo, Chagas, Paulino, Araújo, Maciel, Aderaldo, Lima, dentre outros. São 300 anos de história que se desenrolaram nos municípios de Sobral, Santa Quitéria, Quixeramobim, Canindé, Itatira, Madalena e Boa Viagem.


SERTÃO EM DESECANTO – I VOLUME DE MEMÓRIAS, o 31º livro do escritor Arievaldo Vianna, será lançado no próximo dia 07 de maio em Canindé-CE. Essa data marca o 75º aniversário de seu pai, Francisco Evaldo de Sousa Lima, que também completa este ano suas bodas de ouro com dona Hathane Viana Lima.
Este livro, a rigor, não é um livro de GENEALOGIA, porém um livro de história.  Não é a visão de quem esteve no centro da história, ou fazendo história, mas de quem participou discretamente ou a ouviu contar, num ambiente totalmente fora do eixo onde os acontecimentos se desenrolavam.
As vilas de QUIXERAMOBIM, CANINDÉ E SOBRAL, como qualquer outra, tinham os seus figurões, os seus mandantes, os seus caciques. No final do Século XVIII e primeira metade do Século XIX nossos antepassados eram mais atuantes e estiveram à frente de alguns acontecimentos importantes. Depois do fracasso da Confederação do Equador, os SOUZA-MELO, MARTINS-VIANA, SEVERO-BARBOSA preferiram o anonimato. Focaram suas ações na lida do campo, na agricultura e na pecuária, participando discretamente dos acontecimentos ao longo de quase 200 anos de história.
À exceção do PADRE MORORÓ, pelo lado SOUSA MELO e do ex-ministro ARMANDO FALCÃO pelo ramo BARBOSA-SEVERO, ao qual era filiado meu avô MANOEL BARBOSA LIMA, não tenho notícias de grandes voos de parente algum no campo da política.Tem sido sempre uma colaboração discreta, persistente e um olhar atento à história, desde os avós dos meus avós.
No campo da CULTURA, entretanto, a coisa muda de figura. Os LIVROS sempre estiveram presentes nesses lares sertanejos e o homem de letras sempre foi visto com entusiasmo pelos meus antepassados. Um José de Alencar, um Machado de Assis, um Humberto de Campos sempre gozaram de mais prestígio que qualquer figurão da política.  Aprendi com os antigos, sobretudo com a minha avó ALZIRA o respeito e o carinho pelos homens de letras e a devoção pelo universo da Literatura.
Daí que a proposta desse livro, SERTÃO EM DESENCANTO, é contar a saga dessas famílias ao longo dos últimos 300 anos, mesclando-a com acontecimentos históricos dos sertões de Sobral, Quixeramobim e Canindé, permeando-a com citações recorrentes à João Brígido, Barão de Studart, Manuel de Oliveira Paiva, Gustavo Barroso, D. Antônio de Almeida Lustosa, Martins Capistrano, Antônio Bezerra, Rodolfo Teófilo, Rachel de Queiróz e outros expoentes do mundo das letras que se ocuparam dessa região em seus escritos.

TRECHO DO PREFÁCIO, POR SÍLVIO R. SANTOS

(...) MANUSCRITOS, NATURALMENTE – Bem poucas famílias tiveram oportunidade de desvendar suas origens através da herança de manuscritos, quando a alfabetização foi sempre uma exceção. Que dirá em prosa e verso. Desse sortilégio soube-se haver o autor, para saber de sua capacidade de realização seria preciso conhecê-lo desde menino, o que vem a ser o caso. Bem poderia o mesmo se contentar com um livro genealógico, pinçar fotos, mas empreendeu obra de maior abrangência, quando vista em conjunto, mesmo de grande fôlego. Nessa empreitada contou com a ajuda de parentes, alguns bem distantes, indispensáveis para a descoberta de fotos raras e manuscritos ainda mais. Qual seja divulgar fatos imprescindíveis da história nordestina e, ao mesclá-los com o de sua narrativa familiar, desmistifica-los, trazendo-os ao chão, para o interesse do leitor comum, o leitor por excelência.  O que talvez na era digital não esteja na pauta dos assuntos à tona, mas devido à maestria da exposição, certamente deveria alterar esse estado de coisas. Quantos alunos nos dias de hoje saberão sobre a Confederação do Equador? Padre Mororó? Dona Guidinha do Poço? Alguns até mais recorrentes como o Conselheiro de Canudos, tendo como pano de fundo o sertão central: de Quixeramobim, de Madalena, de Canindé?  É de crer que não muitos. A esta altura, deve-se pleitear, portanto, a inserção de outro significado ao desencanto de que ora se trata, alterando-se seu sinal para positivo. Embora o autor deste livro assegure de forma lírica que seu pesar é pelo seu sertão que não mais existe, enquanto estas linhas foram sendo alinhavadas, surgiu a possibilidade da acepção informal que traduz o ato de aparecer ou encontrar o que estava sumido. Já que o mesmo veio trazer à cena personagens que estavam, por assim dizer, “encantados”, desaparecidos do mundo e da história. Nada mais justo, embora à revelia do mesmo, necessário é que se frise. (...)
SERTÃO EM DESENCANTO, 288 páginas, editora Queima-Bucha.

ATENÇÃO PARA O LOCAL E HORÁRIO DO LANÇAMENTO!

Será no CENTRO DE TREINAMENTO DOS FRADES FRANCISCANOS, NO CONVENTO DE CANINDÉ (onde funcionava a antiga CNEC) e contará com a presença dos artistas canindeenses JOTA BATISTA, ELIAS ABREU, CHICO WALTER, HILDEBRANDO DO ACORDEÓN dentre outros. Sintam-se convidados, desde já!