O QUE POUCA GENTE SABE SOBRE
O POETA
GONZAGA VIEIRA
Quando eu conheci o poeta, artesão,
artista plástico e jornalista José Maria Gonzaga Vieira, o GONZAGA DE CANINDÉ,
em 1980, logo travamos uma sólida amizade que durou por toda uma vida,
intercalada, é claro, de algumas zangas. Aliás, JOTA BATISTA, muito oportunamente,
o rebatizou de GONZANGA. Ele tinha o pavio curto.
Em 1982 estreamos no JORNALISMO. Ele
como redator (REDATOR CHEFE) e eu como chargista e ilustrador do JORNAL DE
CANINDÉ, periódico de curta vida fundado pelo saudoso amigo Bosco Sobreira.
Gonzaga tinha uma coluna fixa
intitulada BOLINANDO. Recorri ao Aurélio para saber a origem do termo e fiquei
estarrecido. BOLINANDO? Ele sorriu e disse:
— Quero que você faça um desenho para
o cabeçalho da coluna, um macaco com a mão metida numa cumbuca.
Original demais. Depois manteve outra
coluna, na revista TRAMELA, chamada O FILÓSOFO DA PRAÇA AZUL. Teve ainda uma
outra que se chamava OBA OBA. Era uma coluna política, cuja finalidade era
rasgar seda e soltar confetes na cabeça dos políticos da região. Era a velha
lei da sobrevivência, meus amigos... Um dos “clientes” do Gonzaga era o doutor
Afonso Machado, prefeito de Itatira. Por sinal, Gonzaga é autor da letra do
hino daquele município. Um dia encontrei o poeta sentado na praça da Basílica
de São Francisco, às sete da manhã. Duas horas da tarde eu passei novamente e o
Gonzaga ainda estava lá. Perguntei:
— O que faz aqui, poeta, desde cedo?
— Estou tocaiando o doutor Afonso
Machado. Ele me deve mil e duzentos cruzeiros. Mas se me der pelo menos
duzentos eu já dou o assunto por encerrado.
SAUDADE grande do meu amigo e "pariceiro" Gonzaga
Vieira.
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