sexta-feira, 1 de março de 2019

RELEMBRANDO O GONZAGA



O QUE POUCA GENTE SABE SOBRE 

O POETA GONZAGA VIEIRA


Quando eu conheci o poeta, artesão, artista plástico e jornalista José Maria Gonzaga Vieira, o GONZAGA DE CANINDÉ, em 1980, logo travamos uma sólida amizade que durou por toda uma vida, intercalada, é claro, de algumas zangas. Aliás, JOTA BATISTA, muito oportunamente, o rebatizou de GONZANGA. Ele tinha o pavio curto.

Em 1982 estreamos no JORNALISMO. Ele como redator (REDATOR CHEFE) e eu como chargista e ilustrador do JORNAL DE CANINDÉ, periódico de curta vida fundado pelo saudoso amigo Bosco Sobreira.

Gonzaga tinha uma coluna fixa intitulada BOLINANDO. Recorri ao Aurélio para saber a origem do termo e fiquei estarrecido. BOLINANDO? Ele sorriu e disse:

— Quero que você faça um desenho para o cabeçalho da coluna, um macaco com a mão metida numa cumbuca.

Original demais. Depois manteve outra coluna, na revista TRAMELA, chamada O FILÓSOFO DA PRAÇA AZUL. Teve ainda uma outra que se chamava OBA OBA. Era uma coluna política, cuja finalidade era rasgar seda e soltar confetes na cabeça dos políticos da região. Era a velha lei da sobrevivência, meus amigos... Um dos “clientes” do Gonzaga era o doutor Afonso Machado, prefeito de Itatira. Por sinal, Gonzaga é autor da letra do hino daquele município. Um dia encontrei o poeta sentado na praça da Basílica de São Francisco, às sete da manhã. Duas horas da tarde eu passei novamente e o Gonzaga ainda estava lá. Perguntei:

— O que faz aqui, poeta, desde cedo?

Ele disse:

— Estou tocaiando o doutor Afonso Machado. Ele me deve mil e duzentos cruzeiros. Mas se me der pelo menos duzentos eu já dou o assunto por encerrado.

SAUDADE grande do meu amigo e "pariceiro" Gonzaga Vieira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário