CHICO BELO, ARTESÃO DE CARIDADEA-CE, É ESCOLHIDO MESTRE DA CULTURA
Chico Belo, Caridade-CE
Novos mestres e mestras da cultura
cearense são divulgados; confira os 11 selecionados
A Secult divulgou, nesta
quarta-feira (20/02), o resultado final do Edital dos Tesouros Vivos da Cultura
2018
Reisado, literatura de cordel,
dança do coco. A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) divulgou,
nesta quarta-feira (20), o resultado final do Edital do “Tesouros Vivos da
Cultura” do Estado do Ceará 2018 que reconheceu 11 novos mestres e mestras da
cultura cearense.
Além deles, o edital contemplou
os grupos Reisado Mirim Santo Expedito, de Juazeiro do Norte, e o Maracatu Rei
de Paus. A Associação União dos
Moradores do Jatobá foi escolhida na categoria coletividade.
No processo seletivo, 119
inscrições foram validadas, sendo 105 inscritos para a categoria mestres e mestras da cultura, 11 para
categoria grupos e 03 para coletividade.
Confira a lista dos novos mestres
e mestras da cultura:
Cabaceiro Siará (Juazeiro do Norte)
Com 52 anos, Adrião Sisnando de
Araújo é filho do Cariri cearense. Destaca-se pelas atividades de pesquisador e
museólogo popular, coletando e mantendo um importante acervo no seu Museu das
Cabaças, preservando a memória do povo cabaceiro.
Aécio de Zaira (Crato)
Com 62 anos de idade, Aécio
Rodrigues de Oliveira tem como ofício, há 21 anos, a produção artesanal de
instrumentos musicais (luthieria), por meio da reciclagem de madeiras mortas e
outros materiais descartados no lixo, além de materiais em decomposição
encontrados na natureza. Representa também através da música e da poesia popular
as tradições do Cariri.
Mestre Antônio (Juazeiro do Norte)
Antônio Ferreira Evangelista, 57
anos, é líder de reisado e brincante há mais de 40 anos. Tem uma ligação tão
forte com a manifestação que se torna impossível separar sua existência da brincadeira
do reisado. Começou a participar da atividade quando criança no Reisado do
Mestre Pedro, após o falecimento do mesmo, Antônio e seus irmãos deram
continuidade ao grupo.
Mestre Expedito Caboco (Juazeiro
do Norte)
Expedito Antonio do Nascimento
possui 69 anos, dos quais 60 têm sido vivenciando e difundindo a tradição das
bandas cabaçais e 50 representando o personagem Mateus em reisados e guerreiros
de Juazeiro do Norte. Recebeu de seu pai, João Marques de Souza, em 1971, a
direção da banda cabaçal fundada por seu avô e irmãos sob as bênçãos de Padre
Cícero.
Mestre Chico Belo (Caridade)
Francisco Alves de Freitas,
nasceu há 70 anos em Caridade, no Sertão de Canindé. Desenvolve o artesanato em
couro, ofício herdado do pai e do avô. Em suas mãos, o couro curtido vira selas
e arreios, botas e sandálias, cintos e chicotes. Mestre Chico Belo se destaca
pelo esmero e pela delicadeza do seu trabalho, certamente por considerar seu
ofício uma arte.
João Pedro (Fortaleza)
João Pedro de Juazeiro é um
artista inquieto na área de xilogravura e literatura de cordel. Além de
produzir, preocupa-se em transmitir seus conhecimentos através de oficinas e
fomentar sua arte em exposições. O Mestre empenha-se ainda em preservar a
memória de seu povo, mantendo e protegendo um acervo de mais de 8000 mil peças.
Dona Raimunda Tapeba (Caucaia)
Raimunda Rodrigues Teixeira, 73
anos, é líder de seu povo, considerada a primeira mulher indígena a ocupar o
papel de pajé numa etnia indígena no Ceará. Sua comunidade está estimada,
atualmente, numa população de oito mil indígenas da etnia Tapeba, que vivem em
Caucaia. D. Raimunda mantém os costumes indígenas vivos por meio de sua memória
e seus ensinamentos acerca das lendas, culinária, ervas, rituais e costumes.
Maria de Tiê (Porteiras –
Comunidade Quilombola dos Souza)
Maria Josefa da Conceição tem 58
anos, dos quais 41 anos são dedicado aos saberes da dança do coco e do
maneiro-pau. Suas toadas de coco divulgam as tradições próprias de seu povo,
como forma de reconhecimento da transmissão entre as gerações de raiz cultural
africana e afro-brasileira, advinda da singularidade, história e cultura
repassada pelo seu pai, o mestre Luiz Manoel de Souza.
Cacique Sotero (Aratuba)
José Maria Pereira dos Santos,
hoje com 75 anos, cresceu em meio às matas, acompanhando os pais desde pequeno
nas caçadas e nos trabalhos agrícolas. Tem trabalhado na agricultura familiar
de subsistência por toda a sua vida, dedicando-se também às lutas dos
movimentos sociais e populares desde a década de 1960, especialmente como
liderança indígena. É o idealizador do Museu dos Kanindé, o primeiro museu
indígena do Ceará e segundo do Brasil.
Dona Edite do Coco (Crato)
Edite Dias de Oliveira Silva, com
78 anos de vida, é a principal responsável por manter viva a dança do coco na
comunidade das Batateiras, no Crato. Ela lidera o Grupo de Mulheres do Coco da
Batateira, um grupo de 17 agricultoras cratenses, com idades entre 56 e 84
anos, criado em 1979. O grupo hoje é reconhecido com um dos mais importantes do
Nordeste, tendo sido já objeto de diversas pesquisas.
Gil D’Aurora (Aurora)
Francisco Gildamir de Sousa
Chagas, 60 anos, aprendeu cedo com o pai e o avô a transformar madeira em arte
e, no grupo dos notáveis escultores de Aurora, destacou-se nas esculturas em
movimento. Gil foi deixando sua marca, seja nas esculturas em movimentos,
ex-votos ou móveis, mas foi inspirado pelo Mestre Antônio Pinto Fernandes que
Mestre Gil D’Aurora entrou de cabeça no ofício de luthier, apaixonando-se
fulminantemente pelas curvas e pela sonoridade da rabeca.
Fonte: Diário do Nordeste
Fonte: Diário do Nordeste
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