O REI DO BAIÃO, DO NORDESTE PARA O MUNDO
1 - Uma estrela fulgurante
Corta o
sertão brasileiro;Dia 13 de dezembro
De doze, li no roteiro,
Nascia Luiz Gonzaga
Nosso maior sanfoneiro.
2 - E
Januário, o seu pai,
Olhando aquele
clarãoVendo a chegada do filho
Teve linda inspiração
Sorriu e disse bem alto:
- Deus te salve, zelação!
3 - Januário
José dos Santos
Tocador de concertinaPerito em consertar foles
Guardou então na retina
Esse bendito presságio
Da estrela matutina.
4 - Seu fole
era um “pé de bode”,
Oito baixos
verdadeiro,Tocava xote, mazurca,
E arrasta-pé brasileiro
As matrizes do forró
Que invade o Brasil inteiro.
Na fazenda Caiçara,
Sua mãe, dona Santana
Nessa madrugada clara
Acalentava o menino
De inteligência tão rara.
6 – Na sua
infância matuta
Gonzaga
viveu felizBrincando com seus irmãos
Teve a vida que bem quis
E aprontou travessuras
Conforme a história diz.
7 - Quando
seu pai, Januário,
Deixava a
sua oficinaE seguia pro roçado
Gonzaga então se destina
Pra lá, a fim de aprender
Tocar uma concertina.
8 - E de
nada adiantava
Dona Santana
ralhar,Quando ela se descuidava
Ele tornava a voltar
Agarrava uma sanfona
E se danava a tocar.
9 – Seu pai
o viu, certa vez,
Num velho
fole tocandoEm vez de lhe castigar
Ficou de longe, escutando
Dez dedos tão pequeninos
Notas tão belas tirando.
10 – E se
orgulhou do talento
Do pequeno
sanfoneiroTempos depois o levava
Por este sertão inteiro
Para ajudá-lo nos “sambas”
A ganhar algum dinheiro.
(...)
Do livro O REI DO BAIÃO, DO NORDESTE PARA O MUNDO - Editora Planeta
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