MANOEL PEREIRA SOBRINHO
O 'CANETA DE OURO' DA PARAÍBA
Manoel Pereira Sobrinho nasce em 8 de agosto de 1918, no distrito de Passagem,
município da Paraíba, no sertão paraibano, localizado na região geográfica
imediata de Patos e integrante da região metropolitana de Patos. Não se sabe
quando e como se inicia na poesia popular, mas em 1948, está instalado em
Campina Grande, onde funda sua própria editora de folhetos, a Casa Pereira. Em
torno desta, associa-se a Manoel d’Almeida Filho e Francisco Sales Areda,
formando uma aliança comercial que duraria até cerca de 1952.
A Casa Pereira continua funcionando,
porém, até 1956. A vasta obra poética de Manoel Pereira Sobrinho pode ser
dividida em duas categorias principais. A primeira, pouco extensa, corresponde
aos folhetos políticos, em que ousa atacar figuras importantes da época, como o
governador da Paraíba (Dr. Promessa) e o prefeito de Campina Grande (Afirma o
deputado Elpídio de Almeida, Desmascarando o mentiroso Plínio Lemos). Nestes,
utiliza uma linguagem particularmente violenta, que lhe rende inimizades e alguns
problemas, como os dias passados na prisão, por ter insultado a polícia em Dr.
Promessa.
A segunda categoria de folhetos,
majoritária, corresponde aos chamados “romances”, em que Manoel Pereira
transpõe muitas vezes, para a linguagem popular, obras eruditas consagradas
nacional ou internacionalmente: ‘Os martírios de Jorge e Carolina’ é uma versão
de ‘A viuvinha’, de José de Alencar, enquanto que ‘O castelo do homem sem alma’
retoma o romance homônimo do escocês A. J. Cronin.
Por volta de 1959, Manoel Pereira
muda-se para São Paulo, onde passa a trabalhar para a famosa Editora Prelúdio.
Reescreve, então, vários sucessos da própria literatura de cordel brasileira,
ajudando a editora a contornar o problema dos direitos autorais de clássicos
como O cachorro dos mortos, de Leandro Gomes de Barros, ou Pedrinho e Julinha,
de José Camelo de Melo Rezende. Torna-se, com isso, alvo de severas críticas
por parte dos poetas de cordel. Nos anos 1960, no entanto, Manoel Pereira
Sobrinho desaparece sem deixar rastro. Segundo depoimentos, teria deixado a
poesia popular para ser pedreiro, antes de morrer, anonimamente, em 1995.
Fonte: http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/ManuelPereira/manuelPereira_biografia.html
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