Jackson do
Pandeiro a caminho dos 100 anos
Quem visita Alagoa Grande, situada na região do brejo paraibano, Serra
da Borborema, não pode deixar de visitar um casarão azul construído em 1898, na
Rua Apolônio Zenaide, centro da cidade. No prédio está a memória e os restos
mortais de um dos artistas mais representativos da cultura brasileira: José
Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro.
O Memorial Jackson do Pandeiro, criado em 2008, possui um grande
acervo composto por discos, documentos, vestimentas, imagens e os indefectíveis
chapéus usados pelo cantor, que nasceu em 31 de agosto de 1919 e morreu em
Brasília, em 10 de julho de 1982.
“O memorial já foi visitado por
mais de 100 mil pessoas vindas de várias partes do país. “Foi um artista que
nunca cantava duas vezes uma música da mesma maneira, sabia dividir os
compassos da música nordestina com maestria”, afirma o jornalista e historiador
da música brasileira Rodrigo Faour, curador da recém-lançada caixa Jackson do
Pandeiro — O Rei do Ritmo (Universal Music).
“Há anos, eu queria relançar
esse repertório. Quando a Universal veio com essa ideia, eu, na mesma hora,
vesti a camisa e revisei o levantamento que eu já tinha feito. Pedi ajuda a
alguns amigos e cheguei à seleção final”, destaca Faour sobre a obra com
clássicos como Chiclete com banana e O canto da ema.
Em entrevista, o pesquisador lista os empecilhos que teve de enfrentar
para a composição da caixa que contém 235 músicas. Ao todo, são 15 discos
agrupados em nove CDs. Esses álbuns (compactos e long plays) foram lançados
originalmente nos anos 1960 e 1970.
“Esbarrei com um monte de
problemas: canções não editadas, autores falecidos, autores que não deixaram
herdeiros oficiais, capas originais dificílimas de conseguir... Por isso
demorou anos e anos para a caixa sair”, lamenta.
Fonte: http://www.neyvital.com.br/2016/08/31-de-agosto-jackson-do-pandeiro.html
JACKSON DO PANDEIRO:
BIOGRAFIA EM CORDEL
Autor: Júnior do Bode*
Celebremos o talento
De um artista verdadeiro
Rei do ritmo popular
Imortal no cancioneiro
Vulto de Orfeu no Nordeste
É o Jackson do Pandeiro.
Nasceu José Gomes Filho**
Numa cidade brejeira
De nome Alagoa Grande
Sua mãe foi cantadeira
De coco, e José cresceu
Vendo o cantador de feira.
No Agreste da Paraíba
Onde passou a infância
Desde novo na enxada
Trabalhando numa “estância”
E o sonho de ter sanfona
Acordava-lhe com ânsia.
E quem lhe deu um presente
Foi a mãe, Flora Mourão
Mas não deu o que queria
Pois não tinha condição
Em vez d’um fole, um pandeiro
E houve a conformação.
Sua mãe cantava coco
Pelo folguedo e tocava
Zabumba e também ganzá
Onde José se espelhava
Pra depois formar o Jackson
Que no coco iniciava.
Aos treze anos mudou-se
Com a família pra Campina
Grande, atrás de melhora
Na pobreza nordestina
Sempre, sempre trabalhando
E cantando a sua sina.
Certa vez foi ao cinema
Pra ver um filme com Jack (Jeque)
Um ator de faroeste
Antes que o encanto seque
Adotou Jack pra si
Brincadeira de moleque.
“O meu nome é José Jack”
Jackson se nomeava
Sua mãe achava estranho
Quando o povo lhe chamava
De “Zé Jack” – “Ô Zé Jack”
E umas lapadas, lhe dava.
Mas a vontade de ser
Um artista era mais forte
Cantava coco, rojão
Com samba aumentou o porte
E baião, frevo, xaxado
Todos os ritmos do norte.
(...)
VER POSTAGEM COMPLETA AQUI: http://fatitavieira.blogspot.com.br/
*O autor do cordel é o
sertanejo Junior do Bode, estudante, trabalha no Memorial Luiz Gonzaga, da
Prefeitura do Recife. Tem diversos cordéis publicados, já participou de várias
coletâneas poéticas e publicou o livro “Cuia de poeta cego / Tem verso de toda
cor”.
**Jackson do Pandeiro nasceu em
31 de agosto de 1919.
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