Novo livro de Arievaldo Vianna será
lançado na III FEIRA DO CORDEL BRASILEIRO, na Caixa Cultural
"No tempo da
lamparina - Memórias de um menino sertanejo"
Dia 18 de agosto de 2018
Programação: Café Luiz
Gonzaga
17h – Lançamento do livro “No Tempo
da Lamparina” de Arievaldo Vianna com participação especial do multiartista
Gereba Barreto (Salvador/BA)
III FEIRA DO CORDEL BRASILEIRO –
CAIXA CULTURAL
Palco Leandro Gomes de Barros
18h – Show e lançamento do CD “Marcus
Lucenna, na Corte do Rei Luiz” com Marcus Lucenna (Rio de Janeiro/RJ) –
Participação especial de Tarcísio Sardinha (Fortaleza/CE) e Adelson Viana
(Fortaleza/CE)
O sertão das nossas memórias
“No tempo da lamparina – Memórias de
um Menino Sertanejo” é o título do novo livro de Arievaldo Vianna, espécie de
continuação do livro “Sertão em Desencanto” lançado em maio de 2016. Como nas
antigas estórias de Trancoso, em que fabulosos tesouros são desenterrados,
Arievaldo Vianna abre, nesta obra, os baús da própria memória, e tira de lá um
mundo de vivências que retratam não apenas suas experiências individuais, mas
todo o quadro de um sertão desconhecido das novas gerações.
Já para os que, como ele, nasceram
naquela parte do mundo nos anos 1960 – e que, portanto, viveram no mesmo
cenário e em circunstâncias semelhantes – este livro tem o condão de os
transportar instantaneamente para aquela realidade de cores fortes e sons
marcantes...
Foi assim que ao ler avidamente cada
página pisei novamente na areia fria do riacho à sombra dos pés de oiticica,
ouvi os bandos de capotes no terreiro, senti o cheiro do ferro a brasa, da
folha verde de marmeleiro e da cinza de fogão a lenha que se misturava aos
objetos do precioso monturo... ouvi o tilintar dos chocalhos pesados das vacas,
e dos mais delicados, das ovelhas, sendo tangidas nas capoeiras, pelo familiar
aboio dos vaqueiros...
Percorri o corredor da casa de
fazenda, abri o caixão da farinha e vi, na despensa, a prateleira dos queijos e
os baús de redes lavadas e cheirando a sol, prontas para receber hospitaleiramente
qualquer viajante que chegasse, a qualquer hora do dia ou da noite.
O valor de obras como esta ultrapassa
em muito o papel de reavivar memórias familiares. Este livro é o retrato
histórico de uma época, o que enriquece o conhecimento que se tem a respeito da
humanidade, cuja jornada é a somatória de cada vivência, cada saber particular
e de grupos ou comunidades.
Assim, nas memórias bem-humoradas de
um menino atento ao mundo à sua volta, vêm à tona tradições e práticas que se
perderam completamente ou estão em vias de desaparecer, como o trabalho
artesanal do curtidor de couro.
São muitas histórias, boas de contar,
de ler e de ouvir, pelos que as viveram e pelos que nunca imaginaram que tal
mundo possa ter existido.
Ana Rita Araújo (jornalista)
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