segunda-feira, 23 de março de 2020

Oração do Mártir S. Sebastião



ORAÇÃO DE SÃO SEBASTIÃO
CONTRA A PESTE

São Sebastião é o santo protetor contra a peste e as doenças contagiosas isso porque no ano de 680 Roma enfrentava uma terrível epidemia, que desapareceu quando os restos mortais do santo foram levadas para lá.

As cidades de Milão, em 1575 e Lisboa, em 1599, acometidas por pestes epidêmicas, se viram livres desses males, após atos públicos suplicando a intercessão de São Sebastião.

Vamos fazer uma grande corrente de oração suplicando a intercessão de São Sebastião contra o coronavirus. A higiene e a adoção das medidas recomendadas pelos órgãos de saúde são fundamentais, mas a oração também é muito importante: fé e ação!




Oração a São Sebastião
(contra as epidemias)

​Glorioso mártir São Sebastião, soldado de Cristo e exemplo de cristão, hoje pedimos a vossa intercessão junto ao trono do Senhor Jesus, nosso Salvador, por Quem destes a vida. Vós que vivestes a fé e perseverastes até o fim, pedi a Jesus por nós para que sejamos testemunhas do amor de Deus.

Vós que esperastes com firmeza nas palavras de Jesus, pedi-Lhe por nós, para que aumente a nossa esperança na ressurreição. Vós que vivestes a caridade para com os irmãos, pedi a Jesus para que aumente o nosso amor para com todos.

Glorioso mártir São Sebastião, protegei a nós e a nossos animais contra o contágio da peste, as epidemias, as doenças e a fome; defendei nossos rebanhos e nossas plantações, que são dons de Deus para o nosso bem e para o bem de todos, livrai-nos da guerra e defendei-nos do pecado, que é o maior de todos os males. São Sebastião, rogai por nós!
Pai-Nosso + Ave-Maria.


domingo, 22 de março de 2020

REGRAS DO CORDEL


QUAIS OS INGREDIENTES PARA UM BOM ROMANCE DE BRAVURA?


Têm-se especulado muito, ultimamente, quais as características de um “verdadeiro cordel” e quais as regras que devem ser observadas.

Peguei como exemplo esse folheto de BRAVURA do cearense João Batista Ferreira Lima, cearense radicado no Piauí, integrante da antologia POETAS DO POVO DO PIAUÍ – Imaginário e Indústria Cultural, organizada pelo professor Gilmar de Carvalho.

O romance de João Batista, intitulado ‘As bravuras de Arnor e a Paixão de Angelita’ traz todos os ingredientes que os leitores esperam de um bom folheto de aventuras. Vejamos:

Arnor possuía um burro,
Novo, possante e zelado
Um revólver trinta e oito
E um punhal temperado
Então pra sua viagem
Estava bem arrumado.

Chegando no Maranhão
Perguntou se alguém sabia
Informar quem era um homem
Valente por demasia,
Protetor de cangaceiro
E terror da freguesia.

Um senhor disse: - Eu conheço
Capitão Ivo Madeira,
Da Fazenda FALE-BAIXO
Assassino de primeira,
Bandido de profissão
Matador por brincadeira.

É bruto, horrível e valente,
Insolente e perigoso,
Desordeiro e desumano,
Perverso, mau, orgulhoso...
Pra ir a fazenda dele
Não tem homem corajoso!

Arnor então respondeu:
- Obrigado cidadão,
Tudo que o senhor me disse
Me deu mais satisfação,
Vou mostrar a esse Madeira
Como se amansa um leão.

(...)

Creio que essa pequena amostra dá uma idéia da dinâmica, dos diálogos e do enredo que geralmente norteia uma produção desse gênero. Exemplos existem aos montes: "Romance de Mariquinha e José de Sousa Leão", "Os amores de Chiquinha e as Bravuras de Apolinário". É lendo os clássicos que a gente aprende o traquejo...

Arievaldo Vianna 




terça-feira, 10 de março de 2020

CONSELHEIRO VIVO


Evento cultural em homenagem a Antônio Conselheiro 
acontece em Quixeramobim 



Ilustração de Arievaldo Vianna para o livro "Os Milagres de Antônio Conselheiro", lançado no ano passado; obra presta homenagem ao beato

Shows, oficinas, lançamentos de livros, palestras e a entrega de comenda devem aquecer o município

VERSO | DN


Com o tema "Antônio Conselheiro 190 anos: resistindo e construindo esperança no sertão", o evento Conselheiro Vivo 2020 acontece até esta sexta-feira (13), no município de Quixeramobim.
A programação é robusta, envolvendo desde shows, oficinas e lançamentos de livros até palestras e a entrega da Comenda Antônio Conselheiro, instituída pela Câmara Municipal de Quixeramobim.
Chegando à 16ª edição, o evento acontece na cidade onde o famoso beato nasceu, despertando no público um olhar mais aprofundado sobre a atuação dessa importante figura da História do Brasil, atuante na Guerra de Canudos, entre 1896 e 1897.
Não à toa, as atividades acontecerão em escolas e espaços públicos do município, tudo com entrada franca, reunindo artistas locais, visitantes de Canudos (BA) e pesquisadores da história de Antônio Conselheiro.



DESTAQUES

Entre os principais destaques da programação, está o lançamento dos livros “Antônio Conselheiro: nem santo, nem pecador” (Rocco Jovens Leitores), de Marcelo Biar (RJ) e “Sertão, Sertões” (Editora Elefante), organizado por Joana Barros, Gustavo Prieto, Caio Marinho (SP). O momento acontece na quinta-feira (12), com a presença de vários coautores das obras.
No dia 13, haverá uma visita guiada à Casa de Antônio Conselheiro – que passa por restauro pelo Governo do Ceará, com previsão de reinauguração ainda no primeiro semestre deste ano. O equipamento passará a ser gerido pela Secretaria da Cultura do Ceará, em parceria com o Instituto Dragão do Mar de Arte e Cultura. Uma boa oportunidade para conhecê-lo.
No mesmo dia, feriado municipal, será realizada a entrega da Comenda Antônio Conselheiro, voltada a aqueles que, por meio de sua obra ou atuação, levam adiante a memória do peregrino.
Neste ano, os agraciados são: o artista, cantor e compositor baiano Bião de Canudos; o Secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba; e o professor Hugo Fernandes Lemos, supervisor do SESC Ler de Quixeramobim e ex-integrante do Movimento Antônio Conselheiro.
Também faz parte da roteiro do encerramento o tradicional desfile temático realizado pelas escolas da rede municipal de ensino e a cerimônia de premiação dos vencedores do concurso literário promovido pela AQUIletras, além de um ato comemorativo em homenagem ao aniversário de Antônio Conselheiro, que, por lei, incluiu a data no Calendário Oficial de Eventos do Estado Ceará.

Serviço
XVI Conselheiro Vivo 2020
Até esta sexta-feira (13), no município de Quixeramobim. Entrada franca.

domingo, 1 de março de 2020

Ribamar Lopes e Audifax Rios



São Francisco de Canindé  na Literatura de Cordel
  
O segundo livro que publiquei, no distante ano de 2002, pelas Edições LIVRO TÉCNICO, foi um ensaio sobre a presença de São Francisco das Chagas de Canindé na Literatura de Cordel. Muito me honram os textos escritos por Ribamar Lopes e Audifax Rios, dois amigos diletos que já partiram para o plano superior,  sobre essa pesquisa que me custou tantas horas de empenho e dedicação.  

A religiosidade é talvez o filão que mais alimenta a poesia popular. A bíblia e as lendas piedosas tiveram traduções as mais variadas na Literatura de Cordel. E diversas também são as versões da eterna luta entre Deus e o Diabo. Esta tendência faz com que a literatura em torno de São Francisco seja proporcional à romaria em Canindé, comparando-se, por exemplo, a Juazeiro do Norte. Em 2002, fizemos um resgate dessa esta trajetória do cordel em torno do "Pobrezinho de Assis/Canindé". Os muitos folhetos que circularam (e ainda circulam) tendo São Francisco como tema, abordam os mais diferentes aspectos – romarias, milagres, castigos, exemplos e até humor, caso do folheto dá conta de sua viagem ao Piauí. O livro resgata também a presença milagrosa do culto franciscano na Amazônia, a fuga do santo para a Itália em lombo de jumento e até uma visita imaginada por Gonzaga no "Encontro de São Francisco com o Padre Cícero em Canindé". Em suma, trata-se de um livro indispensável para os estudiosos da Literatura de Cordel. 

Vejamos a seguir, trechos do prefácio escrito pelo saudoso Ribamar Lopes e a apresentação de Audifax Rios:

"... São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel é um ensaio bem estruturado, fundado na pesquisa e na análise cuidadosa, arrimadas, estas, não apenas na apreciação e no estudo dos textos coletados, mas também na observação do autor como testemunha de demonstrações desta realidade. O exaustivo trabalho de pesquisa e análise, a investigação sobre os motivos e origens dos textos referidos, a cuidadosa resenha sobre os autores e até a crítica bem propositada, espontânea e corajosa com que se acham pontilhados os comentários neste ensaio, conferem a Arievaldo Viana a autoridade de estudioso, que antes de se pretender ensaísta já era bastante conhecedor da Literatura de Cordel."

Ribamar Lopes


Ribamar faz a apresentação do livro no lançamento do Dragão do Mar


O CANTO DA OUTRA MECA


Mestre Audifax nos brindou com um lindo prefácio

A religiosidade é talvez o filão que mais alimenta a poesia popular. A bíblia e as lendas piedosas tiveram traduções as mais variadas na Literatura de Cordel. E diversas também são as versões da eterna luta entre Deus e o Diabo.
Representantes do reino divino têm lugar de destaque nesta antologia sagrada: Padre Cícero, Frei Damião, Frei Vidal da Penha, Padre Ibiapina e São Francisco das Chagas. Mais precisamente, de Canindé. Que tem em Clóvis Pinto, Raimundo Marreiro, Gonzaga de Canindé, Batista de Sena, Lucas Evangelista, Aleuda Viana, Moisés Moura, alguns de seus biógrafos. Razão sobeja para Arievaldo Viana propor o “Ciclo Franciscano” na classificação da poesia do povo.
A literatura em torno de São Francisco é proporcional à romaria, comparando-se, por exemplo, a Juazeiro do Norte. Onde Padre Cícero ainda está vivo na memória de muitos e nascido em nosso sertão. São Francisco, importado por Canindé, com uma população de devotos numericamente inferior, não perde em importância histórica e social.
Arievaldo Viana, exaustivamente, resgata a trajetória do cordel em torno do Pobrezinho de Assis/Canindé, dá conta de sua viagem ao Piauí, sua presença milagrosa na Amazônia, sua fuga para a Itália em lombo de jumento. E até uma visita imaginada por Gonzaga no “Encontro de São Francisco com o Padre Cícero em Canindé”.
O autor busca em seu trabalho a presença do santo nos folhetos exemplares e de encantamento e até nas previsões astrológicas “ditadas” durante anos a João Carneiro Filho.
E não para aí a crescente produção de publicações alusivas à vida e aos milagres de São Francisco, de responsabilidade de uma nova geração de cordelistas canindeenses encabeçada por Klévisson Viana, Pedro Paulo Paulino, Natan Marreiro, Jota Batista, Gilvandias Mateus e o próprio autor deste valioso trabalho. Que queimou pestanas em nada menos de sessenta itens sobre o tema, entronizando São Francisco no altar dos milagreiros do cordel.
“São Francisco na Literatura de Cordel” vem fartamente ilustrado com capas de folhetos, na maioria contendo belas xilogravuras. Além disso Arievaldo Viana nos brinda com quatro textos integrais, dentre eles o clássico de 1952 “Um Grande Milagre de São Francisco do Canindé” de autoria de Manoel Camilo dos Santos.

Audifax Rios