Mês de junho vem aí e uma das coisas boas do período é a revitalização do verdadeiro FORRÓ. Período em que a música nordestina autêntica é mais valorizada, embora artistas veteranos como Genival Lacerda, Elba Ramalho e outros reclamem da invasão do FORRUIM (ou Forró de Plástico, como queiram) e até mesmo dos Breganejos e "astros" da Axé Music. Mesmo assim, há sempre alguém querendo relembrar as canções de Gonzagão, Marinês, Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro e de compositores da safra atual como Alcymar Monteiro, Flávio José, Santana, Beto Brito, Flávio Leandro, dentre outros. Vamos reproduzir, a seguir, uma matéria publicada tempos atrás no hotsite São João de Pernambuco sobre a origem das FESTAS JUNINAS:
Segundo o hotsite São João de Pernambuco, as
festas juninas são muito antigas, anteriores inclusive ao cristianismo e -
consequentemente - à Igreja Católica. Suas origens estão no Egito Antigo, onde
nesta época era celebrado o início da colheita, cultuando os deuses do sol e da
fertilidade.
Com o domínio do
Império Romano sobre os egípcios, essa tradição foi espalhada pelo continente
europeu, principalmente na Espanha e em Portugal. Quando o cristianismo
tornou-se a religião oficial do Ocidente, a festa mudou para homenagear o
nascimento de São João Batista, que foi quem batizou Jesus.
Por ser colônia
portuguesa, o Brasil herdou o costume, principalmente no Nordeste, em que os
festejos coincidem com a colheita de milho. A data passou a parte do calendário
católico, seguindo o exemplo de outras comemorações de dias santos, como o
nascimento de Cristo (Natal) e sua morte (Páscoa).
As chamadas festas
juninas reúnem as homenagens aos principais santos reverenciados no mês de
junho: Santo Antônio, São João e São Pedro. A época é marcada por brincadeiras,
comidas típicas, dança e muita superstição, presentes nas simpatias juninas. É
a hora de se vestir de caipira e aproveitar esta festa que é um misto de
profana e religiosa.
Santo Antônio (13 de junho)
Além de casamenteiro,
Santo Antônio é invocado para achar coisas perdidas. É uma prática comum, no
dia em sua homenagem, os jovens fazerem simpatias e "adivinhações"
para conquistar alguém ou descobrir quando irá se casar.
O padroeiro dos
namorados era português, de uma família tradicional de Lisboa e foi ordenado
sacerdote aos 23 anos. Seu nome verdadeiro era Fernando de Bulhões e se tornou
Antônio quando ingressou na Ordem de São Francisco de Assis. Começou a fazer os
primeiros milagres na África, onde foi pregar o evangelho. Morreu em Pádua, na
Itália, em 13 de junho de 1231.
Essa é a razão da
escolha do dia em sua homenagem. O local de sua morte tornou-se seu sobrenome,
ficando então conhecido como Santo Antônio de Pádua.
São João (24 de junho)
Vários costumes
juninos representam atos em homenagem a São João. A fogueira, por exemplo,
lembra o anúncio do nascimento de João Batista, filho de Isabel e primo de
Jesus, à Virgem Maria. Como era noite e Isabel morava em uma colina, esta foi a
forma encontrada para o aviso.
Por este motivo, nas
noites de junho são montadas fogueiras como forma de celebração. Para a Igreja
Católica, o acontecimento significa algo mais, o de preparar a vinda de Jesus.
No sertão, o batismo de João também é lembrado com banhos à meia-noite no rio
mais próximo.
São Pedro (29 de junho)
Este pescador
tornou-se apóstolo e acompanhou todos os atos da vida de Jesus. O trabalho
exercido antes de seguir o messias fez com que fosse considerado o santo dos
pescadores. Ele é "O porteiro do céu".
Santos Juninos - desenho de William Jeovah (PB)
A tradição popular
interpreta uma passagem bíblica, em que Jesus Cristo diz: "Eu te darei a
chave do reino dos céus. A quem abrires será aberta. A quem fechares será
fechada".
Assim como Santo
Antônio, o dia em sua homenagem é o mesmo de sua morte, que aconteceu em Roma,
em 64 d.C. Acredita-se que tenha sido viúvo, um dos motivos para a devoção das
viúvas ao santo. Também é costume acender fogueiras e realizar procissões em
sua homenagem no dia 29 de junho.
Ritmos e danças
típicas das festas juninas
Quadrilha
De origem francesa, a
quadrilha era uma dança típica que celebrava os casamentos da aristocracia
européia. Dançada em pares, já era praticada no Brasil desde 1820 e foi se
popularizando desde então. Os tecidos finos da nobreza francesa deram lugar à
chita, tecido mais barato e acessível, e o casamento nobre foi adaptado a uma
encenação.
O enredo da união
caipira é geralmente o mesmo: a noiva, que geralmente está grávida, é obrigada
a casar pelos pais e o noivo recusa, sendo preciso a intervenção da polícia
para que o caso se resolva. A quadrilha, como era no começo do século XIX, é
realizada como comemoração do casório.
A mudança dos passos é
anunciada por um locutor ao som do forró. Existem, hoje, as chamadas quadrilhas
estilizadas com passos marcados e coreografias ensaiadas (que mais parecem
aulas de ginástica aeróbica) e criadas exclusivamente para uma determinada
música.
Forró
Existem duas
atribuições para a origem do nome forró. Uma delas é que corresponda
etimologicamente ao termo forrobodó, que - na linguagem do caipira brasileiro -
quer dizer festança ou baile popular onde há grande animação, fartura de comida
e bebida e muita descontração. A outra é ao termo inglês for all (para todos), usado para designar festas feitas nas bases
americanas no Nordeste, na época da Segunda Guerra Mundial, e que eram abertas
ao público, ou seja, “for all” e a pronúncia local transformou a expressão em
forró. (Acreditamos que origem seja mesmo a palavra forrobodó e não esse
neologismo derivado do inglês)
A música é tocada à
base da sanfona, da zabumba e do triângulo, conhecida como arrasta-pé ou
pé-de-serra, sendo esta última considerada a versão mais autêntica. O ritmo
sofreu algumas variações e atualmente alguns músicos incorporaram o baixo, a
guitarra e a bateria às suas melodias.
Baião
Acredita-se que a
palavra baião tenha surgido de bailão, fazendo alusão a "baile
grande". Esta dança popular do século XIX permite a improvisação, sendo
mais rápido do que o xote que a torna mais viva.
A habilidade nos pés é
maior, exigindo movimentos mais velozes do corpo. Os passos são acompanhados
por palmas, estalos de dedos e "umbigadas". A marcação da dança segue
a musicalidade dos cocos e da sanfona.
Fonte: ©
Hotsite São João Pernambuco.com
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