terça-feira, 11 de agosto de 2015

LENDAS BRASILEIRAS EM CORDEL


RELANÇAMENTO!
À venda na Praça do Cordel da XIII Bienal
Internacional do Livro do Ceará
NO CENTRO DE EVENTOS (Av. Washington Soares)




Neste mês do FOLCLORE estou publicando postagens relacionadas com as lendas e contos populares brasileiros, que são realmente fascinantes. Já bebi muito nessa fonte para escrever minhas histórias em CORDEL. Citaria, dentre os primeiros textos, "A raposa e o cancão" e "O bicho folharal", livros lançados pela Editora IMEPH, ainda hoje adotados em escolas de todo o Brasil. 



Fiz também um volume para os CORREIOS, com diversas lendas brasileiras, dentre elas "A MÃE DO OURO", uma das que mais gosto. Essas lendas foram ilustradas magistralmente por Jô Oliveira, meu parceiro mais frequente nos últimos dez anos.

Vejamos, a seguir, o início da lenda A MÃE DO OURO:



A LENDA MÃE DO OURO

1 - Nos sertões de Mato Grosso
Um tropeiro, menestrel,
Lá das bandas de Rosário
Falou-me de um coronel;
Rico senhor de escravos
A quem tratava com agravos
Da maneira mais cruel.

2 - Junto ao Rio Cuiabá
Em tempos que longe vão
Este rico potentado
Ergueu a sua mansão,
Seus escravos trabalhavam
Dia e noite se ocupavam
Somente em mineração.

3 - Tinham por obrigação
Trazer para o seu senhor
Certa quantidade em ouro
E outros metais de valor,
Senão eram castigados
Em um tronco vergastados
Por mau e cruel feitor.

4 – Esse coronel vivia
Cheio de ouro e cobiça
Acusando os seus escravos
De lerdeza e de preguiça
Bastante ouro arranjava
Porém nunca se fartava
Pois a ganância o atiça.

5 - Tinha um escravo já velho
Que chamavam pai Antônio
E o pobre negro, coitado,
Andava muito tristonho
Por não encontrar o ouro
Queriam tirar-lhe o couro
Nesse castigo medonho.

6 - Certo dia, pai Antônio
Saiu a se lamentar
Andando à toa no mato
Em vez de ir trabalhar,
Então sentou-se no chão
Cobriu o rosto com a mão
E começou a chorar.

7 - Quando descobriu o rosto
Viu uma mulher formosa
Da cabeleira de fogo
Dizendo-lhe, muito jeitosa:
- Por quê choras, Pai Antônio?
Então o preto tristonho
Contou-lhe a vida amargosa.

(...)

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