RELANÇAMENTO!
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Internacional do Livro do Ceará
NO CENTRO DE EVENTOS (Av. Washington Soares)
Neste mês do FOLCLORE estou publicando postagens relacionadas com as lendas e contos populares brasileiros, que são realmente fascinantes. Já bebi muito nessa fonte para escrever minhas histórias em CORDEL. Citaria, dentre os primeiros textos, "A raposa e o cancão" e "O bicho folharal", livros lançados pela Editora IMEPH, ainda hoje adotados em escolas de todo o Brasil.
Fiz também um volume para os CORREIOS, com diversas lendas brasileiras, dentre elas "A MÃE DO OURO", uma das que mais gosto. Essas lendas foram ilustradas magistralmente por Jô Oliveira, meu parceiro mais frequente nos últimos dez anos.
Vejamos, a seguir, o início da lenda A MÃE DO OURO:
A
LENDA MÃE DO OURO
1
- Nos sertões de Mato Grosso
Um
tropeiro, menestrel,
Lá
das bandas de Rosário
Falou-me
de um coronel;
Rico
senhor de escravos
A
quem tratava com agravos
Da
maneira mais cruel.
2
- Junto ao Rio Cuiabá
Em
tempos que longe vão
Este
rico potentado
Ergueu
a sua mansão,
Seus
escravos trabalhavam
Dia
e noite se ocupavam
Somente
em mineração.
3
- Tinham por obrigação
Trazer
para o seu senhor
Certa
quantidade em ouro
E
outros metais de valor,
Senão
eram castigados
Em
um tronco vergastados
Por
mau e cruel feitor.
4
– Esse coronel vivia
Cheio
de ouro e cobiça
Acusando
os seus escravos
De
lerdeza e de preguiça
Bastante
ouro arranjava
Porém
nunca se fartava
Pois
a ganância o atiça.
5
- Tinha um escravo já velho
Que
chamavam pai Antônio
E
o pobre negro, coitado,
Andava
muito tristonho
Por
não encontrar o ouro
Queriam
tirar-lhe o couro
Nesse
castigo medonho.
6
- Certo dia, pai Antônio
Saiu
a se lamentar
Andando
à toa no mato
Em
vez de ir trabalhar,
Então
sentou-se no chão
Cobriu
o rosto com a mão
E
começou a chorar.
7
- Quando descobriu o rosto
Viu
uma mulher formosa
Da
cabeleira de fogo
Dizendo-lhe,
muito jeitosa:
-
Por quê choras, Pai Antônio?
Então
o preto tristonho
Contou-lhe
a vida amargosa.
(...)
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