sexta-feira, 6 de abril de 2018

VIVA GONZAGÃO


Gilvan Sales e Reginaldo Silva

MADALENA GANHA MUSEU 
LUIZ GONZAGA E O SERTÃO

Matéria extraída do jornal FOLHA DO POVO (Canindé-CE)



TRECHOS:


Certa feita o apresentador Carneiro Portela, criador do Ceará Caboclo, fez um programa especial em homenagem a Luiz Gonzaga, onde afirmava que a música do Rei do Baião representa a alma do Nordeste e, para enfatizar ainda mais a sua teoria, concluiu do seguinte modo: “ Se, por uma fatalidade, o Nordeste fosse destruído por uma hecatombe, seria possível reconstruir a sua história a partir das canções de Gonzagão e seus parceiros. Está tudo ali  o lavrador, o vaqueiro, o cangaceiro, a parteira, o tropeiro, a fauna, a flora, os costumes, a casa de farinha, o engenho, as festas juninas, os animais domésticos.” É interessante notar que em todas as canções, sem exceção, está presente a marca da cultura e das tradições do povo Nordestino. Por esta razão, em 2012  ano do centenário de nascimento de Luiz Gonzaga do Nascimento , lancei pela Editora Armazém da Cultura, em parceria com Arlene Holanda, o livro “O beabá do Sertão na voz de Gonzagão”, adotado pelo MEC, através do PNBE (Programa Nacional da Biblioteca da Escola), no ano seguinte.
Norteado por esse mesmo sentimento, o vereador Gilvan Sales, de Madalena-CE, fã “gonzagueano” desde a adolescência, implanta naquele município o museu LUIZ GONZAGA E O SERTÃO, onde disponibilizará um vasto e precioso acervo composto de discos de cera e vinil, CD's, livros, revistas, cartazes, recortes de jornal e objetos relacionados com a fulgurante carreira do Rei do Baião. Afora esse material, o museu reunirá também centenas de objetos do Nordeste de outrora, muitos já em desuso, como bolandeiras, objetos de cerâmica, artesanato em couro e madeira, além de apetrechos da agricultura e da pecuária que remetem ao sertão cearense dos séculos XIX e XX. Gilvan adquiriu também aviamentos de casa de farinha e um engenho para fabricação de mel e rapadura.
“— Inicialmente eu me interessava apenas pela música e passei a adquirir todos os LP's de Gonzaga, dando preferência aos originais, embora não descartasse os relançamentos. Depois disso passei a comprar discos de cera, LP's de 10 polegadas, CD's e outras mídias contendo a obra do Rei do Baião. Sertanejo que sou, filho, neto e bisneto de fazendeiros da região de Madalena e Quixeramobim, sempre me interessei por esse universo e quando nasceu a idéia de criar o museu, passei a adquirir outros objetos que reforçam essa ligação da música de Gonzaga com o sertão”, conta Gilvan Sales.
Ele relembra que, em meados da década de 1960, Luiz Gonzaga esteve em Madalena, a convite do vigário de então, Padre Gotardo Lemos, lançando o livro “O sanfoneiro do Riacho da Brígida” do escritor Sinval Sá. Padre Gotardo é autor da canção “Obrigado João Paulo II”, feita por ocasião da primeira visita do Santo Padre ao Brasil, gravada por Luiz Gonzaga em compacto RCA, no ano de 1980.



Discos raros do acervo do MUSEU

Por outro lado, Madalena é berço de grandes sanfoneiros, com destaque para as famílias Araújo (Mário, Nelson, João, Gilberto, Edmundo e Pedrinho), e Carloto (do patriarca Carloto Costa, pai de Raimundo Carloto, Valnir e seus manos), além do conhecido Zé do Norte, instrumentista respeitado e produtor de artistas consagrados, do chamado forró pé de serra.
O pesquisador Reginaldo Silva, que foi secretário particular de Luiz Gonzaga por quase duas décadas, já esteve visitando as instalações do museu, ainda em construção, e orientou Gilvan Sales acerca da catalogação do acervo. O próprio Reginaldo tem uma exposição itinerante sobre a vida e a obra de Luiz Gonzaga, que vem percorrendo o Brasil inteiro, em especial os Estados da Região Nordeste, onde se concentra a maior parte da legião de admiradores do sanfoneiro do Araripe. 

VER MATÉRIA COMPLETA AQUI: http://acordacordel.blogspot.com.br/2018/04/museu-luiz-gonzaga-e-o-sertao.html

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