CORDEL DE MANOEL BELISÁRIO
Antes de
nossa chegada
Como o índio
era feliz!
Tinha a mãe
natureza
Como suprema
matriz
Da qual
extraía a seiva
Necessária
ao seu matiz.
A mãe
natureza era
Ao extremo
respeitada
Porque o
índio entendia
Que sem ela
ele era nada.
Neste tempo,
Pindorama,
Realmente
foste amada!
Não tinha
poluição,
Queimadas,
desmatamento.
Não havia
inseticida.
Era puro, o
alimento.
O globo
sorria alegre
Livre do
aquecimento.
O índio só
extraía,
da natureza,
a essência
A qual fosse
necessária
À sua
sobrevivência.
Tinha então
com o meio
Perfeitíssima
convivência.
Não tinha
capitalismo
Selvagem ou
domesticado.
Com união e
respeito,
Todo mundo
era tratado.
Cada índio
tinha o seu
Espaço igual
reservado.
Então chega
o europeu
Com o
"verdadeiro ideal"
De vida e se
escandaliza
Diante do
Natural.
Fareja a
terra do índio
Como alvo
principal.
O índio
então vai cedendo
Iludido ou
obrigado.
Entrega suas
riquezas
Entre elas o
legado
Cultural que
invadido
Se torna
fragilizado.
Quando o
índio percebe
Deus! Já é
tarde demais...
Os que se
diziam amigos
Eram
inimigos fatais.
Tomariam
suas terras
Com covardia
voraz.
Um minuto de
silêncio,
Peço ao
amigo leitor
Pelo
massacre expedido
Que causara
grito e dor.
Chamamos
dizimação,
Esses atos
de horror.
Sinto-me
envergonhado,
Caro índio,
nesse dia.
Sei que
nenhuma desculpa
Vai curar a
tirania
Praticada
contra ti.
Teu sangue
não silencia.
Mesmo assim
peço perdão
Por todo o
mal que te fiz.
Não é certo
massacrar.
Dar vazão à
cicatriz
Incurável em
função
Da
construção de um país.
Se for
possível perdoe
Esta vã
humanidade
Que se
destrói dia-a-dia.
Para ela, na
verdade,
O dinheiro e
não a vida
Tem maior
prioridade.
Percorro
quinhentos anos
E ao povo
índio contemplo
Na certeza
de que ele é
O mais elevado exemplo
De vida a
ser perseguido
Pelo mundo
em qualquer tempo.
Autor:
Manoel Messias Belizario Neto
Fonte: CORDEL PARAÍBA
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