O presente cordel, inexplicavelmente inédito, baseia-se numa anedota que me foi repassada por um médico renomado do Cariri Cearense. Seguem alguns trechos, para deleite dos leitores do blog MALA DE ROMANCES:
AVENTURAS DE
ZÉ POIVINHA
Ou VIDA BOA,
A DE DOUTOR!
Poivinha,
quando menino
Foi
brecheiro e onanista
Adolescente
ele andava
Agarrado com
revista
Playboy,
estudando para
Ser um
ginecologista.
De Playboy e
Ele&Ela
Possuía a
coleção
Jamais
perdia o Chacrinha
Porque na
televisão
Admirava as
Chacretes
Com a sua
exibição.
Ingressou na
faculdade
Porque
vontade ele tinha
De estudar o
“cara-preta”
Do jeito que
lhe convinha
Como era
presepeiro
Lhe
apelidaram “Poivinha”.
Seis anos de
bom estudo
No
Pernambuco afamado
Poivinha
provou que era
Um aluno dedicado
E ao cabo
deste período
Ele já
estava formado.
Dr. Poivinha
não quis
Clinicar na
capital
Foi abrir
seu consultório
Na sua terra
natal
Onde também
trabalhava
No posto e no
hospital.
Em plena
zona rural
Nas margens
de um açude
Ficava em
lugar distante
O tal posto
de saúde
Poivinha,
trabalhador
Comparecia
amiúde.
Porém, pra
seu desalento
Só chegava
mulher feia
Geralmente
com mau cheiro
E além do
mais, alheia,
Com o “cara-preto”
feioso
Igual aranha
na teia.
Jamais
chegou uma dama
Dizendo-lhe
com carinho
Doutor, olhe
o meu negócio
Como está
bem cheirosinho,
Com saúde e
depilado,
Observe o
bigodinho...
Não, meu
amigo, o doutor
Dizia
contrariado:
- Só me
chega bicho feio
Torto, sujo,
esculhambado,
Uns fedendo
a bacalhau
Outros, a
chifre queimado.
Um dia, dr.
Poivinha
Depois de
ter atendido
No tal posto
de saúde
Voltava bem
entretido
Dirigindo um
velho jipe
Pelo
Prefeito cedido.
Era pleno
meio dia,
Fazia um
grande calor
Numa curva
da estrada
O nosso caro
doutor
Vê uma velha
pulando
A cerca de
passador.
Pesava quase
cem quilos
Vermelha que
só pimenta
Com um
balaio na cabeça
Suando até
pela venta
De longe ele
pressentiu
Que ela
vinha fedorenta.
A velha se
atravessou
Na frente da
condução
Doutor, pare
logo o jipe
Me preste
bem atenção
Eu quero me
“receitar”
Nessa mesma
ocasião.
O doutor
disse: - Pois não,
Comigo não
tem besteira
Diga-me o que está sentindo...
Disse a
velha: - Uma coceira
Nas partes,
porque um bicho
Me mordeu,
na capoeira.
Era doença
venérea
Mas a velha
não dizia
Puritana,
envergonhada,
Por alí se
contorcia...
- Dotô passe
uma pomada,
E me acabe
esta agonia!
(...)
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