O poeta sendo entrevistado para a biografia de Leandro Gomes de Barros
Hoje,
02 de agosto, é o aniversário do poeta PAULO NUNES BATISTA, cordelista,
advogado e jornalista, paraibano radicado em Goiás. O poeta nasceu em 1924, em uma família
tradicional de cordelistas, sendo neto de Ugolino, e filho do poeta e editor
Francisco das Chagas Batista, um dos pioneiros do cordel no Brasil. Sua
trajetória inclui atividades de cobrador de ônibus e trabalhador braçal a jornalista
e professor. Hoje, aos 93 anos, Paulo Nunes continua lúcido, sendo respeitado
por acadêmicos e admirado pelo público. É autor de mais de
140
folhetos de cordéis e vários livros, e membro da Academia Goiana de Letras.
Segue
uma homenagem que fiz ao poeta em 2011, a pedido da Biblioteca Demonstrativa de
Brasília:
* * *
Jô Oliveira, Paulo Nunes e o cantador Chico de Assis
HOMENAGEM A PAULO NUNES BATISTA
Autor: ARIEVALDO VIANA
É
uma justa homenagem
Para
um renomado artista
Escritor
de nomeada
Inspirado
cordelista
Lenda
viva da poesia
O
Paulo Nunes Batista.
Filho
de Chagas Batista
Um
famoso menestrel,
No
universo das letras
Desempenha
o seu papel
Levando
sempre adiante
A
bandeira do cordel.
É
autor de vários livros
E
centenas de folhetos
E
compõe, com maestria
Acrósticos,
glosas, sonetos
Transborda
filosofia
Até
mesmo em poemetos.
Um
literato de fibra
Sob
meu ponto de vista,
Espírito
humanitário
Quem
tem saber altruísta
Parabéns
à Biblioteca
E
ao PAULO NUNES BATISTA.
Ficou
órfão muito cedo
Mas
venceu este empecilho
Estava
predestinado
A
ser poeta de brilho
Quando
criança ajudava
Manoel
D’Almeida Filho.
Descende
de um velho tronco
Da
fina-flor repentista
Do
qual brotaram Hugolino
E
Agostinho Batista;*
Seu
mano, o Sebastião
Também
foi bom cordelista.
*
Hugolino do Sabugi e Agostinho Nunes da Costa são ancestrais de Paulo Nunes
Batista. Do grande poeta Agostinho Nunes da Costa (1797 – 1858), seu bisavô,
ficou registrada essa bela estrofe onde fica
evidente o desejo de liberdade que sempre alimentou essa família de poetas:
Nasci
livre, Deus louvado
E
até sem medo fui feito
Porque
meu pai, com efeito,
Com
minha mãe foi casado;
Também
nunca fui pisado
Como
terra ou capim
E
se alguém pensar assim
É
engano verdadeiro:
Olhe
para si primeiro
Quem
quiser falar de mim.
Voltemos
ao Paulo Nunes, nosso homenageado:
Ainda
na Era Vargas
Enfrentou
a Ditadura
Ingressou
no Partidão
Com
alma sincera e pura
A
arma que mais usou
Foi
sua literatura.
Viveu
no Rio de Janeiro
Aonde
foi estudante
Porém
a mão do destino
O
lançou na vida errante
Até
que chega em Goiás
Do
seu Nordeste distante.
Comunista
e agnóstico
E
nesta louca ciranda
Paulo
Nunes vai um dia
Num
terreiro de Umbanda
Sua
vida, nesse instante,
Recebe
outra demanda.
Uma
surra dos “caboclos”
Naquele
dia levou
E
por ver a coisa séria
Naquela
seita ingressou
Mais
tarde, o Espiritismo
De
Allan Kardec abraçou.
Sobre
seu ingresso na Umbanda e suas convicções políticas, assim se expressou o
poeta:
Inimigo
de tiranos
Tenho
horror à hipocrisia
Para
festejar a Vida
Troco
a noite pelo dia.
O
caboclo “Cachoeira”
É
– nas Umbandas – meu guia...
O
certo é que Paulo Nunes
Não
levou a vida a esmo
Nem
esqueceu o Nordeste,
Da
rapadura e torresmo,
Vejamos
umas estrofes
Do
ABC para mim mesmo:
“Operário
da caneta,
Já
vivi só de escrever.
Poeta
de profissão
Em
Goiás pude viver
Dos
folhetos que escrevia
Para
nas praças vender.
Trovador:
escrevo trovas,
Sonetos,
sambas, canções,
Contos
rimados, poemas,
Num
mar de improvisações,
Tenho
setenta folhetos
Com
diversas edições.
Versejador,
viajante,
Das
estrelas do Repente:
Abro
a boca, o verso nasce,
Como
nasce água corrente,
Tenho
feito alexandrinos
Em
três minutos somente...”
O
certo é que Paulo Nunes
É
bamba na poesia
Em
2000 ele ingressou
Na
goiana Academia
De
Letras e se orgulha
Desse
luminoso dia.
FIM
Fortaleza,
março de 2011
Caricatura: Jô Oliveira
Sou Manoel Nunes Cambuim, filho de Maria Nunes Cambuim e Joaquim Nunes Cambuim.
ResponderExcluirA minha mãe era prima legitima de Paulo Nunes Batista, meu avô Manoel Nunes da Costa era irmão de Ugolina mãe de Paulo Nunes Batista.
O poeta Odilon Nunes de Sá tambem era primo legitimo de Paulo Nunes Batista,todos oriundos da serra do texeira,meus avós tanto materno como paterno moravam em Mãe d'Agua PB.