O MARCO CIBERNÉTICO DO
REINO DOS TRÊS
MONÓLITOS
Autor: Arievaldo
Viana
Nos sertões do Ceará
Há mais de
cinco milênios
Havia um
reino imponente
Obra de
fadas e gênios
Com três
castelos vistosos
Quais
luminosos procênios.
Nesse tempo
tão distante
O índio
selvagem, inculto,
Que habitava
essas terras
Um dia
avistou um vulto
De uma
grande espaçonave
Conduzindo
um povo culto.
Vinha de
outra galáxia
Aquela
grande astronave
Pousou em
nosso planeta
A fim de
trazer a chave
De grandes
conhecimentos
Os índios
ficaram atônitos
Com a súbita
aparição
Pois
julgavam que Tupã
Vinha no
grande clarão
Na sua rude
linguagem
Buscavam uma
explicação.
Vinham
naquela missão
Engenheiros,
cientistas,
Sacerdotes,
artesãos,
Astrólogos e
alquimistas
Matemáticos
e geólogos
Poetas e
repentistas.
Olhando o
povo atrasado
Que habitava
o lugar
Com muito
zelo e cuidado
Quiseram os
ensinar
Mas aquela
raça inculta
Nada pôde
assimilar.
Exilados
neste mundo
Sua
tecnologia
Mostrou-se
pouco eficaz
E recorreram
à magia
Para
encantar os três reinos
Que aqui
fundaram um dia.
Cristalizaram
os castelos
Com tudo que
existia
Uma camada
de rocha
Fruto de
grande magia
A sua
esplêndida aparência
Ocultava e
revestia.
Três
monólitos de pedra
De
assombrosa semelhança
Ocultaram os
três castelos
Dos quais só
resta a lembrança
No verso dos
trovadores
Do reino da
Esperança.
O enorme
conhecimento
Daquela raça
suprema
Para as
gerações futuras
Será um
ditoso tema
Que pretendo
revelar
Nos versos
do meu poema.
Só numa era
futura
Remota e muito
distante
Os três
reinos encantados
Com seu
astral fulgurante
Virão a
desencantar
De maneira
triunfante.
Ao pé do
primeiro reino
Mesmo no
sopé do monte
Existe uma
pedra estranha
Da cor de um
rinoceronte
Da qual
jorra sem cessar
Uma maviosa
fonte.
É a fonte
das Coronhas
De todos bem
conhecida
A vegetação
nativa
A deixa bem
escondida
Mesmo nos
anos de seca
Ela é a
fonte da vida.
Outra fonte
cristalina
Um pouco
mais adiante
Rumoreja
entre as pedras
E o cascalho
brilhante
É o Olho
D'água do Bode
Que desponta
cintilante.
As aves
cantam nos galhos
Trina a
cigarra na mata
Os cristais
resplandescentes
São
filigranas de prata
E o olho
d'água da fonte
Jorra em
suave cascata.
No sopé da
cordilheira
Que se ergue
abruptamente
O sabiá
laranjeira
Canta
sublime e plangente
O sol
dardeja os seus raios
Tocando a
alma da gente.
Preás se
escondem nas locas
Com medo dos
predadores
Inhambus
arrulham nas matas
Atraindo os
caçadores
Abelhas
zumbem na relva
Sugando o
néctar das flores.
No pé destes
três serrotes
Tudo é encanto
e beleza
Seus
habitantes convivem
Em paz com a
natureza
E os
monólitos ostentam
O seu porte
de nobreza.
Tem todo
encanto e beleza
Que se vê em
Istambul
O vento
sopra suave
Varrendo de
norte a sul
Ali o céu
foi pintado
Com o mais
bonito azul.
No ano sessenta
e sete
Do outro
século passado
Nasci
naquele recanto
E fui por
Deus inspirado
A beber
daquela fonte
Perto do
reino encantado.
Ao completar
oito anos
Meu pai, um
agricultor,
(Também um
iniciado
Na arte de
trovador),
Levou-me pra
conhecer
Aquele grande
esplendor.
(...)
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