Cordelteca João Melchíades Ferreira é
inaugurada na Casa do Cantador da Ceilândia-DF
Fotos: Casa do Cantador / Agência Brasília
Com acervo destinado à literatura
nordestina, espaço é aberto com cantorias e poemas do gênero
AGÊNCIA BRASÍLIA*
A manhã da última quarta-feira (11 de dezembro) foi
marcada por apresentações de repentes e declamações de cordéis na inauguração
da “Cordelteca João Melchiades Ferreira” na Casa do Cantador. A abertura do espaço dedicado exclusivamente
à literatura nordestina, iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia
Criativa do Distrito Federal (Secec), reuniu autoridades e comunidade que
celebraram em clima especial a tradição popular.
A cordelteca já nasce sendo considerada como um dos
maiores centros literários exclusivos para a narrativa que conta as histórias
do homem do sertão. Com um acervo que contabiliza cerca de 1500 livros e
livretos arrecadados por escritores e entusiastas da literatura do gênero, a
biblioteca de cordel teve todas as suas obras catalogadas pelo Sistema
Integrado de Bibliotecas, que possibilita consulta e reserva dos exemplares
pela internet.
Bibliotecária Aline Ferrari, idealizadora da CORDELTECA
“É de uma imensa felicidade anunciar que a nossa
Cordelteca da Casa do Cantador será um dos maiores espaços de literatura
nordestina do país”, comemorou Aline Ferrari, gerente de acervos da
subsecretaria do Patrimônio Cultural da Secec.
Segundo o administrador de Ceilândia Marcelo Cunha,
é muito importante ver a Casa do Cantador em pleno funcionamento, de um modo
organizado e alegre, assim como são os costumes do povo nordestino.
“É uma honra receber esta inauguração em minha
gestão como administrador da Ceilândia. Agradeço ao secretário Adão Cândido por
uma inciativa que valoriza a tradição de uma das cidades com a maior cultura
nordestina presente no do Distrito Federal”, completou.
Painel do artista plástico VALDÉRIO COSTA, na Cordelteca da Ceilândia
Homenagem e reconhecimento
Nomeada de João Melchíades Ferreira da Silva
(1869-1933), a Cordelteca presta homenagem a um dos cordelistas mais populares
do país. O poeta e romancista paraibano é autor de uma das versões mais
populares de cordéis, o “Romance do Pavão Misterioso”.
O espaço literário ainda ganhou como decoração um
painel do artista plástico Valdério Costa, com xilogravuras que incluem a
representação do personagem mais marcante da carreira do escritor homenageado,
o pavão.
O secretário Adão Cândido manifestou otimismo e
alegria pela importante entrega à população nordestina presente no Distrito
Federal, que tem como uma de suas principais referências culturais a Casa do
Cantador, única obra de Oscar Niemeyer fora do Plano Piloto.
“Esse local tem como papel homenagear a cultura
fundante da nossa capital. O cordel se preservou na cultura nordestina e veio
com os fundadores da nossa cidade. Para nós, é uma grande honra celebrar essa
inauguração, e tenho como compromisso da gestão manter viva a tradição desta
casa”, contou.
J. Borges, Valdério Costa e Arievaldo Vianna, ocupante da cadeira
40 da ABLC, cujo patrono e João Melchíades Ferreira.
Um dos responsáveis pela intervenção da Secec, o
subsecretário de Patrimônio Cultural Demétrio Carneiro explicou que a criação
de uma biblioteca especializada valoriza toda a comunidade local, que tem entre
seus fundadores os candangos da Região Nordeste do país.
“Esta iniciativa, além de valorizar a tradição
nordestina latente no Distrito Federal, estimula a formação de cordelistas da
nova geração. Este projeto funciona como estratégia para a valorização da
cultura nordestina”, celebrou.
* Com informações da Secretaria de Cultura e
Economia Criativa
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