O REINO DA PEDRA FINA
e a HISTÓRIA DA PRINCESA
DA PEDRA FINA
DA PEDRA FINA
Por: Marco Haurélio (Cordel Atemporal)
Acervo da Casa de Rui
Barbosa.
Pouca gente, mesmo no
meio do cordel, conhece estes versos, de Leandro Gomes de Barros:
É esta a real história
Do Reino da Pedra
Fina,
Do moço Moysaniel
E da princesa
Angeltrina,
Filha do reino
encantado
Da tenebrosa colina.
Havia um grande país
De nação civilizada,
Aonde tinha uma serra
De grandes pedras
formada.
Diziam que lá havia
Uma princesa
encantada.
A serra era muito
alta,
Tinha uma grande
colina.
Da serra descia um rio
D’água muito
cristalina.
Via-se escrito nas
águas:
PRINCESA DA PEDRA
FINA.
NOTAS:
1. Circula por aí,
ainda hoje, atribuída erroneamente a Leandro Gomes de Barros, a versão mais
conhecida dessa história que tem por base um conto maravilhoso. O romance
iniciado com estes versos “No reino da Pedra Fina/ Havia uma princesa/
Misteriosa, encantada/ Por obra da natureza,/ Com ela as duas irmãs/ Que eram a
flor da beleza.", aqui representada por uma antiga edição da Guajarina, de
Belém (PA), nunca foi de Leandro, como dá a entender o famoso rapsodo nos dois
primeiros versos acima reproduzidos: “É esta a REAL história/ Do Reino da Pedra
Fina (....)”. A versão em que o protagonista é chamado José e o antagonista é
um barbeiro, sombra do herói, nas antigas edições, jamais teve, que se saiba,
um autor identificado.
2. O saudoso
cordelista João Firmino Cabral (1940-2016) me disse, em conversa informal, que,
quando criança, ouvia dos mais velhos a
afirmação de que se tratava de um dos mais antigos romances de Silvino Pirauá.
3. Na década de 1970,
as filhas de José Bernardo da Silva passaram a publicá-la em nome de Leandro,
incorrendo num erro que, desde então, vem sendo repisado.
4. A editora Prelúdio
de São Paulo publicou, na década de 1950, uma variante de Manoel Pereira
Sobrinho, amparada na versão de Leandro. Por engano, a capa desta edição foi
reutilizada, no início dos anos 2000 na versão mais conhecida, aumentando ainda
mais a confusão.
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