ACORDA CORDEL NA SALA DE AULA
(Matéria publicada na Revista NOSSA HISTÓRIA, 2006)
Projeto que estimula o uso do cordel
em sala de aula já mostra resultados em quatro estados
Arievaldo Viana garante que aprendeu
a ler muito mais rápido do que outras crianças graças a pequenos folhetos que
sua avó colecionava. A curiosidade para conhecer sozinho as sagas que ouvia foi
tanta que ele logo decorou o alfabeto, juntou as sílabas... E pronto! Esse
“causo” que tem cara de início de aventura de cordel? Pode ser, mas ele garante
que é pura verdade. E daí começou uma relação bela e eterna com os relatos
escritos em versos. Sabendo as benesses que o gênero literário trouxe para sua
educação, ele pôs mãos a obra para beneficiar outras crianças.
Arievaldo sabe que não inventou a
pólvora. Afinal, como ele diz, “o cordel tem contribuído na alfabetização das
pessoas desde que apareceu de forma manuscrita aqui no Nordeste, ainda no
século XVIII, antes do surgimento das primeiras tipografias.” Mas não custa dar
um empurrãozinho para mostrar a professores o poder dele. O Projeto Acorda
Cordel na Sala de Aula já levou a quatro estados (Ceará, Rio Grande do Norte,
Tocantins e Paraíba) kits com o livro didático e uma caixinha de folhetos. O
objetivo é mostrar para professores com as historinhas podem ser um valioso
instrumento pedagógico. “O leitor de cordel é estimulado a imaginar as
situações, não tem as imagens prontas como nos livros infantis. Temos observado
que em toda classe há sempre dois ou três alunos que têm vocação para a poesia
popular. Inclusive gente que já trabalha com o rap e descobriu um “parentesco”
com o cordel”, conta Arievaldo, que viaja pelo país para difundir o método.
Mas será que qualquer criança pode se
interessar pelo cordel... Ainda mais em tempos de desenhos superanimados,
videogames e internet? Arievaldo é enfático: “Faço recitais para alunos que têm
acesso a tudo isso. Quando a história é boa, eles não desgrudam o olho!” E o
próprio cordelista usa a tecnologia a seu favor: é através do fotolog
www..com.br/acorda_cordel .
FONTE: Revista NOSSA HISTÓRIA, nº 33
– Julho/2006 – página 8
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