Gustavo Luz e a poesia na sombra
Visita de Bruno Paulino ao país de Mossoró-RN
Estive em Mossoró-RN, e
depois de visitar alguns pontos históricos pela manhã fui num sebo do centro da
cidade, o Resebo, comprar livros sobre o Cangaço e Lampião, e lá me deparei com
o novo trabalho do Arievaldo Vianna, No
tempo da Lamparina, e aí que liguei para o poeta e conversa vai conversa
vem e ele disse que estando na cidade tinha que ir conhecer seu amigo, o editor
Gustavo Luz.
E no fim de tarde
depois de outras visitas no centro histórico encontrei com poeta mossoroense
criador e chefe da editora Queima-Bucha, que tem fomentado sobretudo a
literatura de cordel no Nordeste e em estados do sul como São Paulo.
Gustavo Luz é um
sujeito tranquilo e de conversa agradável, um típico poeta, manso e cordato;
resistente como todo mundo na cidade da chuva de bala, dos valentes que botaram
o cangaceiro Lampião e seu bando pra correr; e desde 1983 que ele se aventura
no mundo dos versos quando estreou com o livro: Chuvas de Palavras.
O vate, grande amigo de
Arievaldo Vianna, logo me presenteou com seu último livro O Poeta na Sombra (2013), que trata-se de uma brochura com poucas
páginas, mas que não significa obra menor, afinal, como dizem: são nos pequenos
frascos que se guardam as melhores essências.
E os versos simples e
laborados de Gustavo Luz contém a essência das coisas: "na sombra/na
poesia/no mar/ e no sertão".
E é caminhando nas
sombras, como um flâneur nos "arredores da cidade" que o poeta
vislumbra os acontecimentos e filtra imagens para o seu artesanato verbal, cheio
de sinfonia e ritmo fazendo do livro todo uma verdadeira viagem de saudades,
memória e afetos nos caminhos da poesia.
E assim sendo, Gustavo
Luz é um poeta-cronista do hoje, do ontem e do sempre.
Por fim, comprei ainda
da edições Queima-Bucha uns cordéis sobre Conselheiro, Canudos e outras
revoltas populares ocorridas no Nordeste, do poeta Medeiros Braga.
Por Bruno Paulino, escritor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário