Leandro Gomes de Barros
( PB -19 de novembro de 1865 - Recife-PE, 04 de março de 1918)
Infogravura de Arievaldo Vianna, baseado em pintura de Fabiano Chaves
Leandro Gomes de Barros:
o poeta do
sertão
O
Centro de Memória e Informação, da Fundação Casa de Rui Barbosa, realizará homenagem
alusiva a morte do poeta Leandro Gomes de Barros,
ocorrido em 4 de março de 1918. A programação que ocorrerá no dia 5 de março
será composta de mesa redonda, mostra sobre o autor e atividades para o público
infantil.
Há
cem anos morria um dos maiores poetas brasileiros, Leandro Gomes de Barros
(1865-1918). Nascido em Pombal,na Paraíba, e criado em Teixeira - berço dos
maiores cantadores do século XIX - fixou-se mais tarde em Recife, onde casou e
constituiu família.
Leandro
foi um dos poucos poetas, no país, a viverem exclusivamente da sua arte: escrevia, editava, imprimia, divulgava e
comercializava suas criações. Com estas criou seus filhos, beneficiados pelo
seu precioso legado.
A
poesia, motivo de sua vida, talvez também tenha sido o motivo de sua morte.O
folheto O Punhal e a Palmatória, que
pode ser lido como um libelo veemente contra o coronelismo do sertão
nordestino, conduziu-o ao cárcere, o que o teria debilitado física e
emocionalmente. Neste poema ele relata o assassinato de um senhor de engenho
por um homem por ele surrado. No seu tempo e na sua terra, eram os “coronéis”
que faziam “justiça”. Para alguns estudiosos, no entanto, Leandro foi vítima da
gripe espanhola.
Conhecia
como ninguém o sertão por meio das constantes viagens quando vendia suas obras e,principalmente,
recolhia, com ouvidos atentos, os relatos de acontecimentos e histórias pitorescas
que traduziria em versos.
Calcula-se
que escreveu mais de mil obras cuja classificação tornou-se objeto de estudo de
muitos pesquisadores, como Câmara Cascudo e Sebastião Nunes Batista, mas sem
dúvida, são as sátiras sua marca registrada. Ganhou o título de “Príncipe dos
poetas” de Carlos Drummond de Andrade, em 1976, e um bom número de trabalhos
acadêmicos.
Muitas
vezes ingressamos no universo de Leandro sem nos darmos conta. Nem todos sabem,
por exemplo, que os dois primeiros atos do Auto
da Compadecida, de Ariano Suassuna, foram inspirados nos folhetos de
autoria do poeta:Cachorrodos mortos e A
história do cavalo que defecava dinheiro.
A
Fundação Casa de Rui Barbosa é detentora do maior número de folhetos de Leandro
que ainda nos chegaram como doação, pois muito do que produziu perdeu-se ao
longo dos anos. São 460 folhetos, boa parte disponíveis no siteCordel: cultura popular em verso e no Repositório Rui Barbosa de Informações
Culturais – RUBI.
Embora
tenha morrido há um século, Leandro continua entre nós, pois sua poesia
continua circulando, especialmente no Nordeste, porque, talvez, ele tenha
conseguido como poucos, de forma genial, capturar a alma de um povo engenhoso,
espirituoso e criativo.
SERVIÇO:
Data: 5 de março de
2016
Local: Fundação Casa de Rui Barbosa
Rua São Clemente, 134
Programação:
10h. Cordel para
crianças
Cilene Alves de Oliveira
14h. Mesa redonda
Ana Carolina Carvalho
de Almeida Nascimento
Gonçalo Ferreira da
Silva
Sylvia Regina Bastos
Nemer
Mediadora: Ana Ligia
Medeiros
17h. Mostra:
Leandro Gomes de
Barros: o poeta do sertão
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