quinta-feira, 23 de novembro de 2017

O BATIZADO DO GATO



O BATIZADO DO GATO, conta a história de Berlarmino, um gato cujo os donos, Sr. e Sra. Nunes Pereira da Costa, lhe davam tudo do bom e do melhor, só faltava batizar. Com essa ideia em mente, decidem procurar o Padre Nonato para realizar o batizado de Belarmino. Em troca, Belarmino iria fazer uma doação de 12 contos de réis para a igreja. Arievaldo Vianna, Tupynanquim Editora, 8 páginas.


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TRECHOS:


Depois do poder de Deus
O dinheiro é o segundo.
Uma vez disse-me um velho,
De saber muito profundo:
“Dinheiro e mulher bonita
é quem governa esse mundo”

Este velho que me disse
A sábia filosofia
Narrou-me mais essa história
Curiosa em demasia
O batizado de um gato
Que presenciara um dia.

A dona deste felino
Há anos era casada
E como não tinha filhos
Já estava desesperada
O marido deu-lhe um gato
Pra distraí-la, coitada...

Era um bichano mourisco
Pêlo sedoso e com brilho
Nasceu de uma ninhada
Dentro da palha do milho
Sua dona tresloucada
O tratava como um filho

Até nome o gato tinha
Belarmino foi chamado
Nunes Pereira da Costa
Em cartório registrado
O sobrenome dos donos
O bichano havia herdado

Belarmino tinha berço
Sabonete e mamadeira
Xampu, toalha e perfume
Bibelô, mesa e cadeira
E o marido apoiava
Da mulher toda a besteira

Comprava bife e lagosta
Para o felino jantar
Bacalhau da Noruega
Lhe davam para almoçar
Uma criada então disse:
-          Só falta se batizar!

Ela mal  fechou a boca
O dono disse apressado:
Sua idéia é muito boa
Que plano mais acertado!
Vou falar com o capelão
E marcar o batizado.

A mulher muito feliz
Foi tratar do enxoval
Enquanto o marido ia
À Casa Paroquial
Falar com padre Nonato
Pra batizar o animal.

Quando o dono do bichano
Relatou sua intenção
Padre Nonato abismado
Lhe pregou grande sermão:
O senhor não tem respeito
Pela nossa religião?

O senhor deve estar louco,
Batizar um animal?!
Pois esta sua proposta
É um pecado mortal,
Se o bispo souber disso
O senhor vai se dar mal...

Que pena, disse o rapaz
Está perdida a peleja
Ednardo ia doar
Doze contos para igreja
Como o senhor não batiza
Não tem festa nem cerveja.

Quando o padre ouviu aquilo
Já estava na sacristia
Porém o som milagroso
Daquela gorda quantia
Lhe fez mudar de idéia
Batizou no mesmo dia.

O prefeito da cidade
Foi padrinho do “menino”
O padre muito contente
Mandou repicar o sino
Fazia gosto se ver
O batismo do felino

Houve festa quatro dias
Regada a vinho e cerveja
O sacristão disse: - Amém!
O padre disse: - Assim seja!
É este o melhor fiel
Que temos na nossa igreja!


(...)

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