A PARÁBOLA DO RATO
Por Arievaldo Vianna
Certo dia um homem entrou
Na loja de antiguidade
E viu logo uma estátua
De alta fidelidade;
Um ratinho de metal
De tamanho natural
Parecendo de verdade.
A cor natural do bronze
Era um encanto a parte
O homem ficou vidrado
Naquela obra de arte
E dirigiu-se ao balcão
Com o objeto na mão
Querendo comprar, destarte.
E foi logo perguntando
Qual era o preço do rato...
O vendedor respondeu:
- Amigo, é muito barato.
Mas ele tem uma história
E a sua trajetória
É bom que saibas, de fato.
Esse objeto custa
Cinquenta reais, somente.
Porém a história dele
É um mistério envolvente
Para saber algo mais
Me pague 10 mil reais
Então
lhe farei ciente.
O homem pensou um pouco
Depois respondeu assim:
- Amigo, eu só quero o rato.
É o que interessa a mim...
Já a história da peça
De modo algum me interessa
Disso não estou a fim.
Pagou e depois saiu
Com o pacote na mão
Porém mal pisou na rua
Viu logo uma multidão
De ratos que lhe seguiam
De toda parte saiam
Ratinhos em profusão.
Essa grande legião
Não parava de segui-lo
O homem ficou pasmado
Quando observou aquilo
Tratou então de correr
Desesperado a dizer
- Meu Deus, não estou tranquilo.
Nessa carreira que deu
Foi parar na beira-mar
Foi então que resolveu
Do tal rato se livrar
Então, sem mais embaraço,
Com toda força do braço
O rato pôde jogar.
E a legião de ratos
Que beirava uns mil e cem
Acompanhou a estátua
E se jogaram também
Naquele mesmo momento
Morreram de afogamento
Nas horas de Deus, amém!
O sujeito aliviado
Por se livrar dessa escória
Retornou ao Antiquário
Que disse, cheio de glória:
- Eu já sei que o amigo
Passou por grande perigo
E quer comprar a história!
- Lá quero saber de história,
Nem a prazo e nem a vista...
(Disse logo o comprador)
- Quero é saber se esse artista
Faz de modo natural,
Uma estátua de metal
Do Presidente GOLPISTA!
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