UNIVERSAL LANÇA CAIXA COM A OBRA DE
JACKSON DO PANDEIRO
Por
Mauro Ferreira
(blognotasmusicais.com.br)
Sete anos
após Luiz Gonzaga (1912 - 1989) ter mostrado em outubro de 1946 como se dançava
e fazia o baião, em gravação da música que compôs com o parceiro Humberto
Teixeira (1916 - 1979), o cantor, compositor e ritmista paraibano José Gomes
Filho (Alagoa Grande - PB, 31 de agosto de 1919 / Brasília - DF, 10 de julho de
1982) convidou a comadre Sebastiana para dançar e xaxar. O convite - feito em
1953 com o lançamento da gravação do então inédito coco Sebastiana (Rosil
Cavalcanti) - foi o marco zero da obra fonográfica do artista que, naquela
época, já tinha sido rebatizado no rádio como Jackson do Pandeiro. O Jack que
foi tão brasileiro, como bem sabe Lenine. Um dos pilares da música da nação
nordestina, esse José de Alagoa Grande (PB) - que foi muito mais do que um Zé
da Paraíba - tem a parte mais relevante da obra fonográfica eternizada na caixa
Jackson do Pandeiro - O rei do ritmo, lançada pela gravadora Universal Music
neste mês de junho de 2016. Projeto idealizado por Alice Soares e concretizado
com a produção executiva de Rodrigo Faour, autor do texto biográfico publicado
no libreto da caixa, O rei do ritmo dá o devido valor à discografia de Jackson.
Sua majestade O REI DO RITMO
Nada menos do que 235 fonogramas do artista estão condensados - devidamente
remasterizados por Ricardo Garcia neste ano de 2016 - nos nove CDs da caixa,
sendo que seis CDs são duplos. Estes discos oferecem a melhor amostra possível
da arte de Jackson do Pandeiro, entronizado como o rei do ritmo pela habilidade
de brincar com os tempos musicais, pela destreza no toque do instrumento
acoplado ao nome artístico e pela divisão singular com que repartia cocos,
rojões, emboladas, baiões, frevos e sambas. A caixa agrupa fonogramas gravados
por Jackson de 1953 - ano em que o artista foi lançado no mercado fonográfico
com o disco de 78 rotações por minuto que, além de Sebastiana, apresentou Forró
em Limoeiro (Edgar Ferreira, 1953) - até 1981, ano do derradeiro álbum, Isso é
que é forró! (Polydor, 1981). A propósito, a caixa embala reedições em CD
somente de dois álbuns originais. Além de Isso é que é forró!, há também a
reedição de Aqui tô eu, Jackson (Philips, 1970), álbum gravado pelo artista em
período em que começava a superar período de ostracismo vivido na segunda
metade da década de 1960 (a fase de 1966 a 1969 está coberta pela complementar
caixa lançada em 2014 pelo Selo Discobertas). Contudo, o fato de trazer somente
dois álbuns originais jamais desmerece o valor da caixa da Universal Music.
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