sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

GONZAGÃO 101



O REI DO BAIÃO, DO NORDESTE PARA O MUNDO

1 - Uma estrela fulgurante
Corta o sertão brasileiro;
Dia 13 de dezembro
De doze, li no roteiro,
Nascia Luiz Gonzaga
Nosso maior sanfoneiro.

 
2 - E Januário, o seu pai,
Olhando aquele clarão
Vendo a chegada do filho
Teve linda inspiração
Sorriu e disse bem alto:
- Deus te salve, zelação!
 

3 - Januário José dos Santos
Tocador de concertina
Perito em consertar foles
Guardou então na retina
Esse bendito presságio
Da estrela matutina.

 
4 - Seu fole era um “pé de bode”,
Oito baixos verdadeiro,
Tocava xote, mazurca,
E arrasta-pé brasileiro
As matrizes do forró
Que invade o Brasil inteiro.

 
5 - Pé da serra do Araripe
Na fazenda Caiçara,
Sua mãe, dona Santana
Nessa madrugada clara
Acalentava o menino
De inteligência tão rara.
 

6 – Na sua infância matuta
Gonzaga viveu feliz
Brincando com seus irmãos
Teve a vida que bem quis
E aprontou travessuras
Conforme a história diz.
 

7 - Quando seu pai, Januário,
Deixava a sua oficina
E seguia pro roçado
Gonzaga então se destina
Pra lá, a fim de aprender
Tocar uma concertina.
 

8 - E de nada adiantava
Dona Santana ralhar,
Quando ela se descuidava
Ele tornava a voltar
Agarrava uma sanfona
E se danava a tocar.

 
9 – Seu pai o viu, certa vez,
Num velho fole tocando
Em vez de lhe castigar
Ficou de longe, escutando
Dez dedos tão pequeninos
Notas tão belas tirando.

 
10 – E se orgulhou do talento
Do pequeno sanfoneiro
Tempos depois o levava
Por este sertão inteiro
Para ajudá-lo nos “sambas”
A ganhar algum dinheiro.
(...)

Do livro O REI DO BAIÃO, DO NORDESTE PARA O MUNDO - Editora Planeta

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