quarta-feira, 28 de maio de 2014

LANÇAMENTO!

Acabo de receber alguns exemplares do meu novo trabalho, desta feita pela editora Manolle/Amarilys, uma adaptação da obra do grande dramaturgo inglês Shakespeare.
SOBRE O LIVO
Considerada um dos grandes legados da dramaturgia, a obra do inglês William Shakespeare, um dos maiores e mais conhecidos autores do gênero, sempre causou grande admiração, interesse e curiosidade naqueles que tiveram contato com ela. Em função disso e também da celebração dos 450 anos do nascimento deste grande dramaturgo, apresentamos aqui uma releitura, em linguagem de cordel, de um de seus textos clássicos: SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO.
Sonho de uma noite de verão é um clássico da dramaturgia. Trata-se de uma comédia cheia de conflitos e desencontros, que mistura elementos da mitologia grega e da fábula, dando um ar fantástico à história. Neste livro, apresentamos uma releitura em cordel dessa peça clássica, mantendo a fidelidade ao texto original de William Shakespeare.
Sobre o autor:
Arievaldo Viana é escritor, poeta popular, ilustrador, chargista e xilogravador. Através do Projeto Acorda Cordel na Sala de Aula, criado em 2000, Arievaldo tem percorrido diversos estados brasileiros, realizando palestras, oficinas e recitais para estudantes, educadores e amantes da poesia popular nordestina.

Arievaldo foi eleito em 2000 para a cadeira de número 40 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Em 2002, conquistou o prêmio Domingos Olímpio de Literatura, promovido pela Prefeitura de Sobral, no Ceará. É autor de mais de 100 folhetos de cordel e tem cerca de 30 livros publicados, alguns dos quais adotados pelo MEC através do PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola).

domingo, 11 de maio de 2014

A MÃE NA LITERATURA DE CORDEL


A figura materna, doce e acolhedora, vem sendo retratada com frequência na Literatura de Cordel, sobretudo as mães conselheiras ou sofredoras, que padecem algum "martírio" por causa de seus filhos. Eis algumas capas selecionadas para essa postagem de hoje:



Este folheto, escrito em 2002, é baseado numa história real que eu testemunhei quando era noticiarista numa emissora de rádio de Canindé-CE.

Trechos:

Destino, deus insondável
Que rege as coisas terrenas
Manipula os personagens
Altera o curso das cenas
Transformando em aflições
Horas doces e amenas.

Ninguém poderá fugir
Do que a sorte determina
Vou relatar nestes versos
O poder que tem a sina
N'Os Martírios de uma Mãe
Ou as Dores de Marina

No ano cinqüenta e oito
Do século próximo passado
Nos sertões de Quixadá
Deu-se este caso afamado
Por muita gente ainda é

Hoje em dia comentado.

(...)







Trechos do cordel de Manoel Belisário


Se os filhos dessem ouvido  
Ao que as mães lhes dissessem
Escutassem seus conselhos
Praticassem suas preces
O mundo teria paz
Não essa guerra que cresce.

Os conselhos de uma mãe
São trilhos a percorrer
Porque ela ama o filho
Como nenhum outro ser
E nunca ela quer seu mal
No bem quer vê-lo crescer.

Certa vez presenciei
O que uma mãe dizia
Com os olhos cheios d’água
A um filho que partia
E o filho ali parado
Não sei nem se lhe ouvia.

Mas os conselhos que dera
Servem pra qualquer pessoa:
Boa, má, grande ou pequena;
Seja ocupada ou à toa.
Tudo o que ela falou
Como mandamento soa.

Meu filho eu e teu pai
No dia em que te geramos
Te fizemos com carinho
Porque sempre nos amamos
E assim foste gerado
Sob a luz de tantos planos.

É por isso que te digo
Só case com quem gostar.
O amor é importante
Para os seus filhos criar.
Sem amor nada se cria
Só se leva a odiar.

Nunca use a violência
Quando quiser resolver,
Os problemas, fuja dela
Se possível até correr.
Pregue a paz com os seus gestos
E a paz você vai ter.


Procure educar seus filhos
Se um dia você tiver.
Dê escola para eles
Respeite sua mulher.
Siga pelo bom caminho
E seja um homem de fé.

Admita um Criador
Para não viver perdido
Feito muito pensador
Que não encontra sentido
Na existência de Deus
Fingindo tê-lo esquecido.

Pra realizar seus sonhos
Use a inteligência.
Ao suplicante que roga
Não lhe omita clemência.
Seja servo da virtude
Cujo nome é paciência.

Respeite aos mais idosos
Como sempre ensinei.
Ajude ao pobre que pede 
E a quem não tem voz nem vez
E Deus recompensará
Pelo bem que você fez.

(...)






quarta-feira, 7 de maio de 2014

ADQUIRA JÁ A SUA!


Taí um presente para ninguém botar defeito! O projeto MALA DE ROMANCES é um kit formado por 100 folhetos + livro ACORDA CORDEL NA SALA DE AULA, reunidos numa bela maleta. CUSTO: R$ 300,00.  Maiores informações: acordacordel@ig.com.br
A MALA DE ROMANCES inclui clássicos como:

- Pavão Misterioso
- Vida de Cancão de Fogo e seu Testamento
- Chegada de Lampião no Inferno
- Peleja de Pinto com Milanês
- Como se amansa uma sogra
- A cura da quebradeira
- A Festa dos Cachorros
- A intriga do cachorro com o gato
- O rico ganancioso e o pobre abestalhado
- Queixas de uma vaca a Roberto Carlos
- Luiz Gonzaga, o Rei do Baião
- História da Donzela Teodora
- A morte de Manoel Machado e a vingança de seu filho Samuel
- João Bocó e o ganso de ouro
- O batizado do gato
- A Didática do Cordel
- A gramática em cordel
- Quirino, o vaqueiro que não mentia
- As proezas de João Grilo
DENTRE OUTROS.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

AS ORELHAS DO BATISTA



Meu dileto amigo e parceiro JOTA BATISTA incumbiu-me da tarefa de escrever um par de orelhas para seu livro de estréia... A coisa se arrastou por meses e parece ter sido proposital, pois eu estava gostando das cobranças espirituosas e bem humoradas do nosso escritor. Depois de um ultimato, dado neste PRIMEIRO DE MAIO, eu não quis passar por preguiçoso no DIA DO TRABALHADOR e resolvi escrever as linhas que se seguem:


Dizia-se antigamente, quando a coisa era rara de se ver, que era “mais difícil que orelha de freira!” O multi-artista canindeense João Batista Azevedo dos Santos, o popularíssimo Jota Batista, incumbiu-me de escrever as orelhas de seu livro de estréia e a empreitada acabou se tornando mais difícil que o apêndice auricular de uma Carmelita descalça. Jota Batista, com a paciência de um monge do Tibete não se deixou abater e esperou pacientemente pela encomenda. Ficou com trauma de feijoada, só para não ter que degustar as tais orelhas de porco e por conta disso abdicou também da cachaça... Em matéria de poesia, fez barba, cabelo e bigode, mas ficaram faltando as tais orelhas, encomendadas ao escriba que vos fala e relata.
Se anda pela rua distraído, com seu inseparável violão a tira-colo ou mesmo conduzindo os originais de seu livro, Jota Batista procura evitar aquelas esquinas onde ainda persistem os indefectíveis orelhões das companhias telefônicas. E se alguém, ao referir-se maldosamente a um colega, o chama de “minha orelha”, o Jota fatalmente recorda a sua encomenda retardatária e procura mudar de assunto.
Quando algum animal perde a cauda, costuma-se dizer que ficou cotó. Se perde uma orelha, fica tronxo e assim por diante. Para o livro do meu colega não apresentar esse grave defeito, debrucei-me sobre o teclado do computador nesta tarde-noite de primeiro de maio, dia consagrado ao trabalhador, para mostrar que não sou tão preguiçoso como alguém poderia imaginar e que, em matéria de orelhas alheias, eu puxo e repuxo, tal e qual a cantiga da lagarta pintada.
Tenho pra mim que a essa altura do campeonato, as orelhas do amigo Jota Batista já estão vermelhas e ardendo, de tanto que tenho falado em seu nome, sem contudo alongar-me sobre a obra em questão, motivo real da confecção deste par de orelhas. Trata-se de um livro onde ele destila todo o seu apurado bom humor e fina ironia, tratando dos mais variados assuntos. Garanto que todos que tiverem acesso a este livro irão lê-lo de cabo a rabo, passando evidentemente pelas orelhas, porque a leitura é por demais saborosa.

Vou parando por aqui porque acabo de me lembrar que sobrou um resto da feijoada do almoço e provavelmente ainda está boiando por lá alguma orelha, tira-gosto mais que apetecível num feriado como este. Deleitem-se, portanto, com o livro do Jota Batista, que agora não está mais tronxo.

Arievaldo Viana